Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O advogado Felix Valois, um dos que formam a banca de defesa de Alejandro Molina Valeiko, disse que vincular o assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, 42, é “uma tolice jurídica”. Valois se referiu ao inquérito policial no qual, segundo ele, a polícia se equivocou ao considerar a omissão de Alejandro no crime como ‘participação’. Valois anunciou que no relatório das investigações consta que o acusado não tem envolvimento.
“Essa vinculação do Alejandro à morte do Flávio é uma tolice jurídica”, afirmou, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 28. O advogado afirmou que ao usar o termo ‘omissão’, a polícia concluiu que seu cliente “não fez nada”. Porém, conforme Valois, a polícia deu a entender que o termo omissão tem conotação negativa.
“O equívoco da autoridade policial se dá em termos técnicos em que ela quer dar a entender para o grande público, e aí jogando para a imprensa, que esse não fazer nada do Alejandro teve alguma relevância para a morte do Flávio, não é verdade”, disse Valois.
Perseguição
Para Feliz Valois, a polêmica em torno do caso é uma perseguição política. “Esse escândalo todo é só porque o Alejandro é enteado do prefeito de Manaus (Arthur Virgílio Neto). Me desculpe, mas eu tenho que lidar com a verdade. A polícia disse que ele não fez nada e o indicia. O que é isso?”, questionou.
“Independente do que Alejandro fez no dia em que ocorreu o crime, ele é inocente quando à morte de Flávio Rodrigues”, disse Valois. “Para a morte do engenheiro Flávio o Alejandro ele não fez nada. Ele podia estar consumindo cocaína, bebendo cachaça, fazendo o que fosse, mas para a morte do engenheiro ele não fez nada”, reiterou.
Para a advogada Clotilde Castro, também da banca de defesa, a polícia tinha todas as informações para que Alejandro não fosse indiciado. “A polícia tem todo esse trajeto, sobre os dias 29, 30, e até mesmo quando ele voltou do Rio de Janeiro. Não tem nenhum ‘furo’ nesse trajeto e ainda assim eles tentam insinuar que o Alejandro teve alguma coisa a ver com esse homicídio”, disse Castro.
Vazamento
De acordo com o advogado Yuri Dantas, um vazamento seletivo de informações que classificou de ‘falsas’ teria contribuído para a perseguição política ao enteado do prefeito. “Está patente que desde o início da tramitação do inquérito, houve uma espécie de vazamento seletivo. A imprensa, e a imprensa faz o papel dela, teve acesso a vários elementos de convicção, laudos periciais, conclusões da polícia técnica a respeito do que aconteceu e isso nem sequer estava documentado no inquérito”.
As informações e informações obtidas antes mesmo da defesa foram utilizadas para moldar a percepção população em desfavor de Alejandro Valeiko, alega a defesa. Por isso, encaminharam pedido para a Central de Inquéritos do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas), no Fórum Henoch Reis, para que o inquérito com o caso passe de sigiloso para público.
(Colaborou Alessandra Taveira)