É significativo o impacto da corrupção na qualidade de vida coletiva, na promoção de violência e da insegurança pública.
A corrupção impacta as perspectivas e o volume de negócios, os investimentos, obras, reduzindo oportunidades e deteriorando a qualidade de vida. O empreendedor precifica e leva em conta esse impacto, levando-o por vezes a desistir de fazer certos investimentos, o que afeta a todos coletivamente. A corrupção cria obstáculos e limita os horizontes dos ganhos econômicos e sociais que se poderia alcançar numa economia aberta.
Impacta também a segurança pública, concorrendo para gerar condições de vulnerabilidade material, psicossocial e moral que fomentam o vício, a violência, a criminalidade, a superlotação de presídios e suas facções.
Quando instrumentalizada pelos jogos políticos e disputas eleitorais, a corrupção chega ao ponto de envolver sórdidas alianças com malfeitores e criminosos, por vezes organizados em facções, além de muita arapongagem, espionagem ilegal e toda sorte de expedientes repugnantes. Pior ainda é a corrupção nos regimes de força, pois ela quase sempre só costuma aparecer tempos depois quando aparece.
Certas guerras também são movidas pela corrupção: quantas ainda precisaremos ter para aprender a convivermos melhor? Quantas guerras frias, cibernéticas, explosivas, incendiárias, terroristas… ainda serão necessárias para mover negócios, impor crenças, nutrir esquemas de corrupção, justificar regimes de força, regimes demagógicos, tiranias? Nesses contextos, não há limites para o mais baixo nível a que se pode chegar. Algo, sem dúvida, extremamente complicado e horrendo.
A corrupção deforma qualquer relacionamento pessoal, social, institucional, arruinando com a confiança, a decência e a credibilidade de modo sistêmico, afetando o ambiente econômico, político e cultural do país.
O custo da corrupção é altíssimo, muito embora quase sempre não se consiga mensurar em sua totalidade, permanecendo apenas no âmbito das cifras oficiais e nas que foram possíveis elucidar. Segundo o ministério público federal (MPF), o Brasil perde cerca de R$ 200 bilhões por ano com a corrupção.
Por conta desses fatores, a corrupção priva os cidadãos do usufruto de direitos e impacta sobremaneira a qualidade de vida, produzindo danosos efeitos à dignidade das pessoas, limitando o acesso destas aos necessários serviços básicos, tais como saúde, educação, assistência e previdência social, profissionalização etc. A corrupção constitui, portanto, óbice nefasto à dignidade da pessoa humana e à promoção do exercício da cidadania, produzindo dramáticas consequências que impedem a convivência social em termos de segurança pública e da qualidade de vida.
Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.