Da Redação
MANAUS – Paralisada há um ano, a obra do Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) de Presidente Figueiredo (a 125 quilômetros de Manaus), já custou R$ 15 milhões. A situação será denunciada ao MPF (Ministério Público Federal) pelo deputado estadual José Ricardo (PT) por envolver recursos da União. Segundo o parlamentar, a Seduc (Secretaria de Estado da Educação) matriculou 300 alunos na unidade e teve que remanejar para outros colégios.
José Ricardo disse que as obras do Ceti começaram em 2013 com valor inicial de R$ 10,4 milhões. Depois, sofreu um aditivo de R$ 4,5 milhões. Há 11 meses, as obras foram paralisadas. Parlamentar disse que prédio é alvo de furtos e depredações. “Uma situação preocupante, mostrando que esse governo não prioriza a educação. Prova disso é que, recentemente, a Seduc divulgou que cerca de oito mil alunos estavam fora das salas de aula por conta das reformas e obras em escolas”, disse José Ricardo.
“Uma clara demonstração da falta de planejamento e de responsabilidade do Estado e que precisa de investigação. São R$ 15 milhões de recursos públicos e o Governo deve explicações à sociedade e a essas famílias de Presidente Figueiredo”, disse o deputado, ressaltando que até a piscina está pronta, mas repleta de água contaminada, sendo um local propício para os mosquitos da dengue e chikungunya.
José Ricardo disse que na Escola Estadual Presidente Figueiredo, para onde os alunos do Ceti foram transferidos, há outro impasse. Apesar do prédio ter 12 salas de aula, por conta da demora na conclusão do Centro de Tempo Integral a direção teve que reduzir o número dos seus alunos para atender apenas no horário matutino, no ensino fundamental do 6o ao 9o ano, e no noturno, Educação de Jovens e Adultos. E ainda assim os 300 alunos do tempo integral estão estudando em apenas um turno, porque não contrataram empresa para o fornecimento das refeições. “Vamos cobrar do Estado a conclusão das obras do Ceti e melhorias para essa escola”, finalizou José Ricardo.
Em 2015, o deputado ingressou com representação junto ao MPE solicitando a investigação da não realização de reformas em 57 escolas estaduais que já teriam sido pagas. O serviço, no valor de quase R$ 30 milhões, foi contratado para ser executado em 28 municípios.
O ATUAL não conseguiu contato com a Seduc para obter resposta sobre o caso.