Da Redação
MANAUS – Empresários da construção civil temem perder negócios com corte de R$ 1,3 bilhão para programa habitacional do governo federal. Na sexta-feira, dia 23, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Orçamento de 2021 com vetos e cortes de verbas para ministérios, afetando a continuidade de obras do Programa Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa, Minha Vida.
Com o veto, que praticamente zera as despesas que estavam reservadas ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), serão paralisadas as obras de 250 mil casas que estão em construção no país, segundo levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O montante emprega diretamente em torno de 250 mil pessoas e outras 500 mil entre empregos indiretos e induzidos.
No Amazonas, segundo o presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Frank Souza, a situação é ainda mais preocupante, pois o setor no estado está diretamente ligado ao programa. Com a paralisação, o Amazonas pode perder 3 mil empregos diretos na construção. Cotando a mão de obra indireta, esse número pode chegar até a 7 mil demissões.
“Haverá desequilíbrio no planejamento de várias obras e possivelmente na execução de novas obras no Amazonas. Corremos o risco de paralisação de obras pela interrupção do aporte financeiro federal. Inclusive isso influenciará a retomada de outras obras também, que outrora, estavam paralisadas”, diz Souza.
Interior
O presidente do Sinduscon-AM afirma que o interior do Amazonas sofrerá ainda mais com o corte do Orçamento 2021, tendo em vista a logística que o estado possui. “Temos uma logística muito diferenciada, pois os interiores são muito distantes da capital. Isso é mais um agravante. A Construção Civil é geradora de mão-de-obra efetiva. Então você acaba levando mais dificuldades para a população que possui pequeno poder econômico no interior do Amazonas”, diz.
Congresso Nacional
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, faz um apelo ao Congresso Nacional para reverter essa situação e impedir uma demissão em massa.
“Agora, confiamos na sensibilidade do Congresso Nacional, para que possamos reverter essa situação urgentemente. E que, assim, não se inicie uma imensa onda de demissões no setor, já extremamente afetado pelos aumentos nos preços dos insumos, que impactam seriamente seus contratos, que têm preço fixo”, afirma Martins.