MANAUS – Soou como deboche a defesa que o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas) fez do subsídio da tarifa de transporte coletivo em Manaus, em reportagem do ATUAL. O que o representante do sindicato defende é um capitalismo estatal nos serviços de ônibus.
O Sinetram defende que a tarifa é uma questão social, desde que as empresas não tenham diminuídos seus lucros. E vai além: a tarifa é “responsabilidade total do poder público”.
Ora, se é assim, que se estatize o serviço. Se é o contribuinte quem banca o lucro dos empresários, porque não custear apenas o serviço, sem o fardo do lucro? Se é responsabilidade do município, se ele tem que bancar a tarifa, com dinheiro dos usuários, por que não eliminar o intermediário?
Não custa lembrar que o sistema de transporte coletivo de Manaus sempre foi uma caixa-preta. Os dados do sistema é exclusividade das empresas. Elas são responsáveis por fiscalizar elas próprias, por produzir relatórios que embasam os custos da tarifa. E desde tempos remotos cantam uma ladainha em que as empresas só perdem.
Os empresários vivem chorando miséria, mas nenhum quer sair do sistema. Sonegam impostos, recebem subsídios que chegam a quase R$ 13 milhões por mês, e nunca cumprem o que é acordado, como ocorreu desde 2013 com a renovação da frota.
Há muito tempo, as empresas deixaram de agir como capitalistas e passaram ser financiadas pelo dinheiro público. Por isso, não se preocupam em melhorar a qualidade dos serviços. Sem concorrência e sem comando, tanto faz como tanto fez se o serviço é bom ou ruim. No fim do mês, o dinheiro está garantido.
Por isso, a primeira tarefa do próximo prefeito, se quiser mudar alguma coisa no sistema de transporte urbano, é assumir o controle dos dados. Quantos passageiros? Quanto faturam? Quanto gastam?
David Almeida e Marcos Rotta precisam fazer diferente do que fizeram os últimos prefeitos. Desde Alfredo Nascimento, passando por Luiz Alberto Carijó (não eleito pelo voto popular), Serafim Corrêa, Amazonino Mendes e Arthur Virgílio, sempre houve a promessa de que o sistema melhoria ou os empresários sairiam. Nenhuma coisa nem outra foi feito.
Os móvitos nunca foram esclarecidos. Por isso, Almeida e Rotta precisam começar por abrir a caixa-preta. Se não o fizerem, seguirão o mesmo caminho dos antecessores.
Exatamente, em qualquer forma de comércio/serviços, o ATRAVESSADOR é que encarece o produto final. Se o contribuinte (povo) tem que bancar o serviço, o Estado tem a obrigação de se livrar do INTERMEDIÁRIO e consequentemente do LUCRO DESSES EMPRESÁRIOS, que é o que faz encarecer o produto final.
SIMPLES ASSIM
Parabéns pela matéria. Tomara que as coisas melhorem. O transporte coletivo de Manaus, é um dos piores
Não vou defender ninguém, mas fica fácil sempre querer que um próximo prefeito resolva tudo! Este deveria sim, rastrear o problema e mandar a conta pra quem o buraco deixou!!
Os trabalhadores da Expresso Coroado não receberam o pagamento do dia 5. E deplorável a situação destes trabalhadores que estão na condição de escravos.
Sem recursos para pagar suas contas, e até sem recurso para comprar o básico: alimentação, moradia, luz e água.