Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O empresário Francisco Luiz Dantas da Silva, dono da empresa Dantas Transportes, que em depoimento ao procurador Carlos Alberto Almeida, do MPC (Ministério Público de Contas do Estado do Amazonas), disse que pagava propina a agentes públicos, negou todas as denúncias em reunião com deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Amazonas.
Leia a matéria sobre o que ele disse ao MPC
De acordo com os deputados Dermilson Chagas (PP) e Wilker Barreto (Podemos), Dantas afirmou que disse a verdade aos deputados e mentiu ao procurador Carlos Alberto Almeida. “Ou ele mentiu lá ou ele mentiu aqui”, disse Wilker Barreto.
A deputada Therezinha Ruiz (PSDB), presidente da Comissão de Educação, na qual Dantas foi ouvido, disse que o empresário afirmou que políticos pedem dinheiro a ele, mas não é nenhum deputado estadual.
“Ele disse que quando se referia a políticos é porque várias pessoas chegam lá pedindo que ele ajude no pagamento disso e daquilo, mas em nenhum momento ele disse que eram políticos dessa casa. O que nós sentimos é que o senhor Dantas nem conhece todos os políticos, porque foram apresentados um a um a ele”, disse Ruiz.
Os deputados decidiram que vão encaminhar o vídeo com a audiência com Dantas aos órgãos de controle, e pedir que o Tribunal de Contas e o Ministério Público investiguem o contrato da empresa Dantas Transportes com a Seduc.
Depois da audiência, Dantas saiu da sala de reuniões da Presidência da Assembleia e passou correndo entre os jornalistas que tentavam ouvi-lo.
Representação
Com base no depoimento ao procurador, o MPC apresentou representação no Tribunal de Contas contra a Seduc no dia 22 de agosto, para que seja apuradas suspeitas de irregularidades na contratação da empresa Dantas Transportes.
Francisco Dantas disse ao procurador Carlos Alberto Almeida que pagava “mensalinho” de R$ 20 mil para manter o contrato com a Seduc. Nem ele e nem o documento do MPC informavam a quem era pago o valor.
Dantas também disse ao procurador que “era ‘obrigado’ a pagar a agentes políticos R$ 17 mil por veículo/condutor/combustível, quando recebe somente R$ 9 mil, acumulando prejuízos que à ocasião do depoimento chegavam R$ 2 milhões”.
O procurador informou, na representação, que convidou gestores da Seduc para que esclarecessem os fatos durante o procedimento preparatório, mas os convidados alegaram compromissos e não compareceram ao MPC, o que motivou o encaminhamento do processo ao Tribunal de Contas.
Por conta das denúncias, o então secretário da Seduc, Luiz Castro, pediu demissão do cargo para se defender, segundo ele, que afirmou não temer as investigações, porque não cometeu nenhuma irregularidade.
Veja o que disseram os deputados, após a audiência: