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Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – O empresário Nonato Caldeira rebateu nesta sexta-feira (14) as declarações dos vereadores Rodrigo Guedes (Progressistas) e Carpê Andrade (PL) contra o sistema de estacionamento rotativo Zona Azul feitas em sessão da CMM (Câmara Municipal de Manaus) na segunda-feira (10). Nonato disse que as críticas tem motivo eleitoral e que parlamentares fizeram um “desserviço” à cidade.
“Essa semana houve ali na Câmara de Vereadores algumas especulações de alguns vereadores. Eu entendo até, no período político… As eleições se aproximam e as pessoas começam a criar fatos para criar algumas polêmicas”, afirmou Nonato, em um bate-papo transmitido nas redes sociais.
“Quero deixar um convite especial para os dois vereadores, Carpê e Rodrigo, para que vocês possam visitar a sede do Zona Azul. Nós teremos a honra de receber vocês para trocar ideias. (…) Espero que, como homens públicos, vocês possam contribuir com a cidade de Manaus. O que vocês fizeram eu considero um desserviço à cidade de Manaus”, disse o empresário.
Na segunda-feira, na CMM, Rodrigo Guedes e Carpê Andrade criticaram o pedido da empresa à Justiça para cobrar a tarifa integral de R$ 3,98 pela hora do estacionamento rotativo.
Desde janeiro de 2023, a empresa concede desconto de R$ 0,48 e cobra R$ 3,50 do usuário. O abatimento foi concedido com a promessa de que, em seis meses, a prefeitura iria realizar ações de fiscalização para aumentar para, pelo menos, 70% o número de pessoas que pagam a tarifa. Atualmente, só 30% dos usuários respeitam a cobrança.
Em abril, a empresa Tecnologias de Trânsito da Amazônia, que administra o sistema, recorreu à Justiça e teve autorização para cobrar a tarifa integral. A companhia, no entanto, afirmou que não tem previsão de cobrar o valor maior e que continuará a cobrar R$ 3,50.
![Nonato Caldeira rebateu críticas de Rodrigo Guedes e Carpê Andrade na CMM (Fotos: Divulgação)](https://amazonasatual.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Vereadores.jpeg)
Rodrigo e Carpê disseram que não houve melhoria do sistema e pediram a extinção do serviço. “A Prefeitura de Manaus precisa acabar com a Zona Azul. Não é aceitável que cada dia mais o valor fique mais caro e não haja nenhuma melhoria para a população” afirmou Carpê Andrade.
Rodrigo afirmou que, desde que começou a operar, a empresa já recebeu R$ 22 milhões, mas “o sistema não tem cumprido sua função de facilitar a vida do cidadão para achar vaga e se transformou em mera cobrança”.
“A verdade é que o sistema só prejudica quem precisa ir ao Centro da cidade, diminuindo ainda mais o movimento do comércio, em muitos casos, a população paga a Zona Azul e o flanelinha. Por isso, o Zona Azul precisa acabar em Manaus”, disse Rodrigo Guedes.
Ao rebater os vereadores nesta sexta-feira, o empresário afirmou que não há previsão de reajuste da tarifa e falou sobre arrecadação, fiscalização e punição do Zona Azul.
“Não vai ter aumento de tarifa agora. Não vai ter reajuste de tarifa. O que os vereadores estão dizendo é mentira. O processo, inclusive, está tramitando ainda. A prefeitura ainda nem se manifestou nos autos. Nós estamos requerendo algo que é direito nosso. Não há previsão de aumento de tarifa nos próximos meses”, afirmou Nonato.
De acordo com Nonato, o Zona Azul foi implantado para atender uma demanda do comércio de Manaus, pois “o centro era uma bagunça geral, trânsito caótico, não tinha onde estacionar”. “As pessoas não queriam ir ao centro porque não encontravam vaga”, afirmou o empresário.
Nonato disse que o faturamento de R$ 22 milhões está abaixo do necessário, pois o sistema custa caro. O empresário disse que o Zona Azul o deixou “menos rico”. “Esse faturamento está aquém do que deveria porque só 30% das pessoas pagam hoje. Só que o vereador coloca como se realmente esse dinheiro entrasse no bolso de alguém. Há um custo operacional”, disse Nonato.
“Nós empregamos mais de 100 pessoas no Zona Azul, entre operacionais, supervisores, administrativos, enfim. Temos um custo muito alto para operacionalizar o sistema. Esse dinheiro não entra para o bolso de alguém. Entra para subsidiar os custos do sistema”, completou Nonato.
O empresário lembra que a Prefeitura de Manaus recebe 11% do faturamento a título de outorga. Segundo ele, o dinheiro deve ser usado para a melhoria do trânsito.
Nonato também afirmou que a empresa tem feito investimentos para a melhoria do sistema, mas “o faturamento tem coberto os custos dos investimentos que a gente tem feito”.
Sobre fiscalização, o empresário afirmou que o Zona Azul é fiscalizado diariamente pela Ageman (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus).
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