MANAUS – Quem está falando a verdade sobre o número de mortes por Covid-19 em Manaus? A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz – Amazônia) ou a FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas)? Essa questão se impôs na quarta-feira, 9, depois que um pesquisador da Fiocruz contestou os dados da FVS-AM, que rebateu a contestação.
O infectologista e pesquisador da Fiocruz Jesem Orellana afirmou que a FVS-AM põe “panos quentes” na divulgação dos números, que seriam muito maiores do que os oficiais.
Orellana chega a afirmar em entrevista ao site BNC Amazonas que de junho a agosto morreram 700 pessoas de Covid-19 em Manaus. Os dados da FVS-AM mostram que foram 228 de 1° de junho a 9 de setembro (dados estão no Boletim Epidemiológico do dia 9 de setembro).
O pesquisador da Fiocruz, que não apresenta qualquer estudo, sustenta, na entrevista, que a FVS-AM “tenta deturpar as estatísticas da Fiocruz” e acusa a entidade estadual de incluir mortes por Covid-19 como por síndrome respiratória aguda.
A presidente da FVS-AM, Rosimary Costa Pinto, rebate os argumentos de Orellana e diz que “é motivo de indignação e perplexidade o completo descaso do dito pesquisador com os dados que são registrados e traduzidos em boletins diariamente publicados pela FVS-AM”.
Nota técnica da FVS-AM com dados oficiais de mortes, sepultamentos e internações, diz que o pesquisador Orellana não demonstra conduta ética, que é, segundo a FVS, uma um exemplo da instituição (Fiocruz) que ele diz representar.
Causa estranheza que a Fiocruz não tenha até aqui qualquer manifestação pública sobre o tema, que gerou pânico entre a população da capital do Amazonas. Também é estranho que o pesquisador não tenha mostrados os estudos que ele diz ser feito na Fiocruz e que provariam os dados que ele apresentou na entrevista para contestar a FVS-AM.
Portanto, nessa disputa de informação, os cidadãos e as cidadãs de Manaus têm o direito de saber o que é verdade e o que é fake news. Por enquanto, a Fiocruz está devendo explicações.