Da Redação
MANAUS – Os candidatos a prefeito de Manaus Amazonino Mendes (Podemos) e David Almeida (Avante) prometem pagar auxílio assistencial caso eleitos. A “briga” eleitoral envolve valores de R$ 200 e R$ 300 por mês prometidos por Almeida e Mendes, respectivamente.
A estratégia de campanha busca conquistar eleitores no segundo turno, que ocorre domingo, 29. No âmbito federal, o auxílio emergencial inicialmente de R$ 600 e atualmente de R$ 300 melhorou a avaliação positiva do governo Jair Bolsonaro (sem partido), segundo analistas políticos, que subiu para 40% em setembro.
David Almeida foi o primeiro a propor o auxílio no dia 3 deste mês. O candidato afirmou que criaria o programa ‘Auxílio Manauara’ no valor de R$ 200 até o fim de 2021 para famílias de baixa renda e trabalhadores informais.
Segundo ele, o benefício atenderá mais de 40 mil famílias que já são cadastradas pelo município. Alega que há recursos nos cofres da Prefeitura para criar o auxílio, pois o orçamento anual de Manaus é de, aproximadamente, R$ 6 bilhões.
Antes do primeiro turno, no dia 10 deste mês, Amazonino afirmou que o cartão “Direito à Vida” voltaria. Criado por ele em 1996 quando era governador do Amazonas, o cartão foi o primeiro programa de renda mínima do Brasil. Até o fim do primeiro turno, a volta do “Direito à Vida” era uma proposta pouco detalhada.
Após a definição dos candidatos que disputariam o segundo turno, Amazonino Mendes prometeu, no último dia 19 deste mês, o auxílio de R$ 300 por quatro anos.
Em entrevista a uma TV local na noite desta terça-feira, 24, Amazonino disse que, se eleito, implantaria o programa ‘Renda Manaus’ com R$ 300 mensais por quatro anos para 137 mil pessoas cadastradas no Programa Bolsa Família.
Nesta quarta-feira, 25, David rebateu afirmando que o Executivo municipal não pode arcar com um auxílio de R$ 300 para essa quantidade de pessoas, pois acarretaria em uma despesa de pelo menos R$ 2 bilhões por ano. “Essa é mais uma tentativa dos nossos adversários de ganharem as eleições com mentiras”, disse.
Consultado pelo ATUAL, Amazonino informou que os recursos não comprometerão o orçamento.
“Virão da priorização de alterações na Lei Orçamentária Municipal; do aumento de investimentos na Rede de Proteção Social; redução de despesas não-essenciais; maior eficiência na cobrança da dívida ativa com o município; criação de fundos de crédito da dívida ativa, fiscalização de concessão de incentivos do ICMS a grandes conglomerados do mercado financeiro (parcela relativa ao município); e leilões de ativos sem relevância à prestação de serviços municipais”, afirmou.
Amazonino informou ainda que o programa faz parte da Rede de Proteção Social que ele pretende criar na Prefeitura e que “o seu adversário tem todo o direito de ser contra o programa que vai implantar, caso seja eleito”, disse.
No debate na manhã desta quinta-feira, 25, em uma emissora de TV local, David questionou o oponente sobre quando seria concedido o benefício. “Ele diz na propaganda dele que ele vai implementar a partir de 1º de janeiro. Só que ontem em uma entrevista ele já disse que não vai fazer em 1º de janeiro”, afirmou Almeida.
Amazonino garantiu que o auxílio pode ser pago e que a proposta apenas passaria pela Câmara Municipal antes.
“Isso vai corresponder a 7,5% do orçamento. E como eu sei que vai ter muito problema social eu vou dar com tranquilidade R$ 300 por mês sim. É lógico que eu não posso começar dando. Eu vou ter que mandar isso para a Câmara Municipal, ela deverá aprovar e a gente vai conceder”, disse Mendes.
Ambos enfatizam que o benefício do governo federal termina em dezembro e que fará falta com a crise provocada pela pandemia.
“Os auxílios emergenciais estão chegando ao fim. Sabemos que esse valor vai fazer a diferença, porém, também trabalharemos para, na gestão Municipal, criar oportunidades de emprego e renda para os manauaras ao longo dos próximos quatro anos”, afirmou David. “Manaus tem o maior índice do Brasil de desemprego, Manaus tem 18,5% de desemprego. Está recrudescendo com a pandemia, vai piorar a situação”, disse Amazonino.
Não há referência direta aos auxílios nos planos de governo dos candidatos, disponíveis no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).