Da Redação
MANAUS – A Polícia Militar do Amazonas recebeu 492 denúncias de estabelecimentos que estavam descumprindo o decreto do governador Wilson Lima que trata da suspensão do funcionamento de bares, restaurantes e templos religiosos por 15 dias. O decreto foi assinado no último sábado, 21, como medida protetiva de enfrentamento ao surto de coronavírus (Covid-19). No estado há 26 casos confirmados de coronavírus.
A maioria das denúncias referia-se a bares (284), seguida de igrejas (83) e restaurantes (48). Houve também denúncias sobre aglomeração de pessoas em campos de futebol, festas em residências e casas de eventos. Do total de denúncias, em 105 os policiais encontraram os estabelecimentos fechados.
Publicado em edição extra no Diário Oficial, o Decreto 42.099 prevê a suspensão do funcionamento de todos os restaurantes, bares, lanchonetes, praças de alimentação e similares, exceto os que funcionam no interior de hotéis e pousadas em atendimento aos hóspedes.
Também está suspenso o funcionamento de boates, casas de shows, casas de eventos e recepções, salões de festas, parques de diversão, circos, igrejas, templos religiosos e lojas maçônicas.
As denúncias podem ser feitas ao serviço emergencial 190. Os servidores têm, inclusive, orientado a população, uma vez que nem sempre há necessidade do deslocamento de uma viatura.
Acordo
Depois de prever um colapso no setor que emprega seis milhões de trabalhadores no país, Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares, Restaurantes), espera que o governo federal cumpra nesta segunda a promessa de socorrer o segmento.
A Abrasel espera que o governo anuncie um pacote de socorro ao setor que incluiria o pagamento de uma espécie de bolsa aos três milhões de trabalhadores de bares e restaurantes durante os próximos três meses. Com o agravamento da crise do coronavírus, com fechamento de comércio e restrições de circulação em todo o país, o setor é um dos primeiros a sentir os impactos econômicos da pandemia.
Se o governo não cumprir o que prometeu, diz Solmucci, o país corre o risco de mergulhar em uma nova crise. “Muitos dos nossos trabalhadores dizem que não sabem como irão viver sem o emprego. É um risco muito grande deixar toda essa gente sem assistência nessa hora”, diz Solmucci.