Da Redação
MANAUS – Grande área urbana com baixa densidade populacional, Centro histórico degradado, natureza ignorada e mal aproveitada, transporte público de um único tipo e precário, Plano Diretor esquecido e falta de concursos de projetos arquitetônicos são problemas que afetam Manaus e implicam em altos investimentos tornando caro o custo por habitante.
A avaliação é do IAB-AM (Instituto de Arquitetos do Brasil – Diretório do Amazonas) em carta aos candidatos a prefeito da capital. O IAB apresenta propostas para seis dilemas urbanos críticos. As sugestões são simples e projetam resultados satisfatórios.
Segundo o IAB, é preciso promover o adensamento urbano para reduzir o crescimento horizontal da cidade. O IAB propõe o incentivo a edifícios de tipo “uso misto” para que mais habitação, serviços e comércio possam ser oferecidos no mesmo endereço.
“A combinação de adensamento urbano com uso misto em grandes eixos e grandes áreas qualificará a cidade caminhável e viabilizará a tão desejada redução de veículos, redução do impacto ambiental, melhorando a qualidade do ar, a sensação de segurança e a qualidade de vida”, diz o Instituto na carta.
O IAB chama atenção também para o centro histórico, que permanece degradado, com baixo investimento privado e aumento de moradores de rua, além do risco da volta dos ambulantes.
“É importante a implantação do Polo Digital no centro histórico de Manaus, como forte vetor de qualificação dos imóveis degradados pela implantação dessa economia em ascensão e adequada para o lugar. A oferta de edifícios públicos a ocupação por empresas de tecnologia, habitação ou serviços complementares deve ser fomentada”, diz.
Sobre o mal aproveitamento da natureza urbana, o IAB propõe socializar os espaços de mata nativa e cursos de água com parques lineares ou com hortas comunitárias. “Numerosos terrenos vazios, públicos ou privados, quintais de casas, telhados de edifícios podem ser incentivados a serem hortas urbanas capazes de gerar empregos, diminuir o custo do alimento e assim o custo de vida, e ser parte de uma educação ambiental pública”, sugere.
Na questão da mobilidade, o IAB avalia que boa parte dos investimentos em mobilidade são para comprar ônibus novos, mas do mesmo tipo. Por outro lado, muitos são os investimentos em grandes obras viárias de passagens de nível que não melhoram substancialmente a mobilidade.
“O transporte coletivo deve ser remodelado no modo operacional e de concessões. Deve-se investir na criação de novos modais (BRT, ciclomobilidade, caminhabilidade e outros) e na intermodalidade entre eles”, diz.
“É uma sugestão coletiva, dos profissionais de arquitetura. Escolhemos os temas entendendo que representam a completude dos atuais problemas da cidade. Definimos questões que pudéssemos conversar com os gestores e julgamos ser estruturais para um número grande de candidatos”, disse Marcelo Correia, presidente do IAB-AM.
“O norte dessa carta é a vontade de contribuir na construção de uma cidade mais qualificada, mais moderna, mais competitiva e mais justa”, diz.
Leia a carta na íntegra.
Estava indo tudo nas sugestões quando Marcelo Correia falou :”muitos são os investimentos em grandes obras viárias de passagens de nível que não melhoram substancialmente a mobilidade.”.
Marcelo, não temos modal ferroviário em Manaus.
Você deveria saber disso.