Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Em briga política, o senador Omar Aziz (PSD) entrou na Justiça contra o ex-superintendente da Suframa Alfredo Menezes (Patriotas) e pede indenização por danos morais no valor de R$ 44,4 mil por chamá-lo de “bandido” e “sacana”. Os xingamentos constam em entrevista de Menezes publicada em jornal de Manaus no último domingo (25).
Além da condenação por danos morais, a defesa de Aziz pediu que o jornal publique, com o mesmo espaço, um pedido formal de desculpas por parte do ex-superintendente e a possível decisão condenatória.
Na entrevista, ao responder sobre a falta de articulação de políticos com empresários, Menezes disparou: “Quem quer conversar com uns caras desses? Um bom negociador tem que ter as suas credenciais e as credenciais do coordenador da bancada que são as mesmas credenciais de presidente da CPI da Covid, desculpa, não credencia nada, só ‘sacanagem’ e ‘bandidagem'”.
Para o advogado de Aziz, Nilson Coronin, a imputação da pecha de bandido e sacana ao senador “foge da narrativa de crítica construtiva, de sadia manifestação da opinião e entra na seara do abuso de direito e da ofensa individual tripudiando o requerente, cometendo, portanto, um ato ilícito que deve ser indenizado”.
“No caso presente fica fácil a percepção que o requerido ultrapassou todos os limites de tolerância e de liberdades públicas e de expressão contraposto à vida privada, intimidade, honra e atributo-imagem do Requerente. Sem qualquer motivo, o requerido invadiu a privacidade quando imputa ao requerendo ser bandido e sacana”, disse Coronin.
A defesa do senador sustenta que, na entrevista, Menezes se apresentou como “um anjo em contraponto aos diabos” e tentou “demonizar e satanizar a maioria dos políticos do Amazonas”, em especial o senador. “Contrapõe-se a todos os políticos demonizando-os e por outro lado enaltece a sua personalidade de homem honesto, correto, justo”, diz a defesa.
De acordo com o advogado, o ex-superintendente da Suframa afirmou que a maioria dos congressistas do Amazonas receberam votos no interior do estado porque “é mais fácil de enganar o povo que não tem informação” e que ele estava viajando a essas localidades para “acabar com essa vergonha”.
Aziz e Menezes travam briga política desde 2019, quando o ‘patriota’ passou a comandar a autarquia federal em Manaus. No ano passado, após ser demitido do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Alfredo afirmou em entrevista a uma emissora de televisão que não pediu exoneração, mas foi sabotado por Omar.
Desde o ano passado, o ex-superintendente da Suframa vem fazendo campanha para o cargo de senador da República nas eleições de 2022, apresentando-se como contraponto a Omar Aziz, que tentará a reeleição. Com apoio de Bolsonaro, Menezes tem investido contra Aziz nas redes sociais relembrando a Operação Maus Caminhos, que alcançou familiares do senador.
Menezes tem usado declarações de Bolsonaro contra Aziz, que é presidente da CPI da Covid. A comissão investiga as ações e omissões do governo federal e estados. Desde o começo das investigações, o senador passou a ser alvo do presidente, que já o xingou de “anta-amazônica” e foi chamado pelo parlamentar de “macaco guariba”.