Do ATUAL
MANAUS — Em 48 horas, o Amazonas registrou 1.205 focos de incêndio, posicionando-se como o segundo estado brasileiro com o maior número de queimadas. O índice contribui para o Brasil ser o país com o maior número de incêndios na América do Sul.
Segundo dados do sistema BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil acumulou 7.322 focos de incêndio até sexta-feira (13), representando 71,9% do total de queimadas no continente.
Os números para os outros países sul-americanos são os seguintes: Bolívia com 1.137 focos (11,2%), Peru com 842 (8,3%), Argentina com 433 (4,3%) e Paraguai com 271 (2,7%) focos de incêndio nas últimas 48 horas.
A região Amazônica é a mais afetada, com 49% das áreas atingidas pelo fogo. Na sequência, aparecem o Cerrado (30,5%), a Mata Atlântica (13,2%), o Pantanal (5,4%) e a Caatinga (1,9%).
No Amazonas ,Novo Aripuanã destaca-se com 204 focos de incêndio identificados no período, mostra o Inpe.
O Mato Grosso lidera em focos de incêndio com 1.379 ocorrências, seguido pelo Amazonas, Pará com 1.001 e Acre com 513 focos. Cáceres (MT) é o município com o maior número de incêndios, seguido por Novo Aripuanã e São Félix do Xingu (PA).
No acumulado de 2024, o Brasil registrou 180.137 focos de incêndio, correspondendo a 50,6% do total de queimadas na América do Sul. Esse número representa um aumento de 108% em comparação ao mesmo período de 2023.
O aumento das queimadas é atribuído a práticas agrícolas ilegais e às mudanças climáticas, que agravam a seca prolongada em biomas como a Amazônia e o Pantanal.
A PF (Polícia Federal) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, dizem que há indícios que alguns incêndios podem ser resultado de ações coordenadas. Medidas estão sendo implementadas para enfrentar os incêndios, uma vez que o uso do fogo para práticas agrícolas na Amazônia e no Pantanal é proibido e pode resultar em penas de prisão de dois a quatro anos.
Além dos impactos ambientais, as queimadas têm gerado preocupações de saúde pública, especialmente para idosos e crianças com problemas respiratórios. A qualidade do ar foi prejudicada em várias cidades, e as autoridades recomendam que a população minimize a exposição ao ar livre e evite atividades físicas durante episódios de poluição.