Por Daniel Carvalho/Da Folhapress
Belo Horizonte-MG – Ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o jurista Carlos Velloso afirmou que as críticas feitas às urnas eletrônicas representam desconhecimento da realidade e ao atraso. “Pode estar certo de que é muito seguro. Nestes 20 anos, o que de sério se fez neste país foi o Plano Real e as urnas eletrônicas”, afirmou Velloso após votar em uma escola em Belo Horizonte, no final da manhã deste domingo, 7.
Velloso presidiu o TSE pela primeira vez entre 1994 e 1995. Foi em sua gestão, no ano de 1995, que a máquina começou a ser concebida. “As pessoas não viveram o tempo das fraudes. Em 1994, quase metade das eleições do Rio de Janeiro foram anuladas. Mapismo e fraude eleitoral. A mão humana na apuração realizava fraudes. A mão humana foi retirada das apurações”, disse o ex-ministro.
Para o ex-ministro, a polarização destas eleições é que motivou a desconfiança sobre as urnas eletrônicas. “Polarizou-se muito as eleições desta vez e esta polarização levou a isso. E muita gente não conhece o passado da urna, como ela foi criada, como ela foi instituída”, afirmou Velloso, lembrando que a concepção das urnas foi feita com ‘toda a sociedade pensante brasileira’. “Eu convoquei as Forças Armadas e elas atenderam à convocação. As pessoas não conhecem a história”.
Apesar de dizer acreditar que o momento atual não traz ameaça à democracia, Carlos Velloso afirmou que o modelo está sob constante risco.
“Toda democracia corre risco, claro. Mas as democracias estão consolidadas. As pessoas já perceberam, no mundo inteiro, que o melhor dos sistemas de governo é mesmo o democrático. Mesmo aqueles que não são democráticos se dizem democráticos”, afirmou o ex-presidente do STF.