MANAUS – A Eletrobras Amazonas GT (Geração e Transmissão) consome quase todo o gás natural distribuído pela Cigás e fornecido pela Petrobras ao Amazonas. A companhia de energia elétrica tem uma dívida de R$ 8,2 bilhões com a Petrobras, resultado de atrasos no pagamento de gás natural e óleo combustível para abastecer as termelétricas da capital e do interior do Estado. A dívida criou um impasse entre as duas companhias e ameaça o abastecimento de energia elétrica no Amazonas.
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De acordo com informações da Cigás, solicitadas pelo ATUAL, dados de abril deste ano dão conta de que do volume total de gás comercializado pela companhia foi de 2.543.618 m³/dia. Desse total, 2.448.262 m³/dia foram destinados ao segmento termoelétrico, ou seja, às 11 térmicas atendidas, o que significa 96,25% do total. O volume restante (3,75% ou 95.356 m³/dia) abastece os segmentos industrial, comercial e automotivo.
Atualmente a Cigás fornece o gás natural para 11 termoelétricas no Estado, sendo quatro delas no interior (Anamã, Anori, Caapiranga e Codajás) e sete na capital. Todas as usinas termoelétricas da capital previstas no contrato com a Amazonas Distribuidora de Energia estão consumindo o gás natural.
A dívida da Eletrobras com a Petrobras não nova, mas se agravou nos últimos anos e voltou ao noticiário na semana passada, quando a companhia de petróleo decidiu suspender o fornecimento de gás para testes da Usina Mauá 3, a maior da capital e que já consumiu mais de R$ 1 bilhão nas obras de instalação.
A Eletrobras recorreu à Justiça e conseguiu uma liminar que obriga a Petrobras a fornecer o gás para a usina. A Cigás informou que a Mauá 3 iniciou, no dia 27 de abril deste ano, os testes e comissionamento das unidades geradoras, e que desde então está fornecendo o combustível.
A Cigás evitou falar sobre a dívida da Eletrobras com a Petrobras. “Por se tratar de um contrato envolvendo três partes (Cigás, Petrobras e Eletrobras), a Companhia recomenda o contato com a fornecedora Petrobras ou com a empresas de energia para o melhor esclarecimento desses débitos”, respondeu a direção da Cigás.