Por Iram Alfaia, de Brasília
BRASÍLIA – Uma dívida de R$ 8,2 bilhões da Eletrobras Amazonas GT com a Petrobras está colocando em risco a entrada em operação da termelétrica Mauá 3, localizada no bairro Mauazinho, zona sul de Manaus. A petrolífera se nega a oferecer o gás natural para o funcionamento da usina antes do pagamento dos débitos.
A Amazonas GT ingressou na Justiça para conseguir fazer os testes nas primeiras máquinas, uma vez que ganhou autorização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para começar o processo a partir desta quinta, dia 1º.
A Petrobras informou à Reuters que a decisão judicial obrigou o fornecimento do combustível apenas para comissionamento e testes. Para a entrada em operação definitiva não existe determinação.
Com investimento de R$ 1,15 bilhão e potência para gerar 591 megawatts, a usina terá condições de abastecer 60% da energia consumida na capital e em outros municípios da região metropolitana de Manaus. Trata-se de uma das maiores usinas da região Norte movida 100% a gás natural proveniente da plataforma de Urucu, em Coari.
No rol das obras investigadas pela Operação Lava Jato pelo suposto superfaturamento, a termoelétrica é considerada fundamental para substituir as obsoletas termelétricas movidas a óleo combustível, menos eficiente e mais poluente.
“É uma obra importante por que garante segurança na geração de energia e gera perspectiva de novos investimentos no Polo Industrial de Manaus”, disse Edney Martins, presidente do Sindicato dos Urbanitários do Amazonas.
Para ele, o endividamento da distribuidora local demonstra o quanto será difícil a Eletrobras privatizar suas subsidiárias. “É difícil encontrar um investidor para uma empresa deficitária e com alto grau de endividamento, mas de fundamental importância para o desenvolvimento da região”, disse o sindicalista.