MANAUS – Os eleitores do município de Manaus, considerando o número de aptos a votar, os que não compareceram às urnas e os que votaram branco ou nulo, rejeitaram os dois candidatos que disputaram o governo do Amazonas no segundo turno: Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB). Apesar da vitória do primeiro, o eleitorado mandou um recado à classe política: “queremos mudança”.
Do total de votos apurados – 1.058.136 – o candidato eleito Amazonino obteve apenas 40,06%. Muito longe dos 50% mais um, necessários para um candidato sair vencedor, se os votos brancos e nulos não fossem descartados.
E aí está o xis da questão: 34,23% dos que compareceram às urnas votaram em branco ou anularam o voto. Os votos nulos representaram 28,84% dos votos apurados (305.170). E os brancos, 5,39% (57.010). É muita coisa. Foram exatos 362.182 eleitores que foram à cabine de votação, mas não votaram nem em Braga nem em Amazonino.
Eduardo, em Manaus, perdeu para os brancos e nulos. O candidato obteve 271.975 votos, ou seja, 25,7% dos votos apurados na capital.
Quando se descartam os brancos e nulos, os chamados votos válidos em Manaus foram distribuídos na seguinte proporção: 60,92% para Amazonino e 39,08% para Eduardo Braga.
As abstenções somaram mais 17,03% na capital, ou seja, 217.146 eleitores não saíram de casa para ir às urnas.
Talvez os políticos tratem esses fatos como corriqueiros e não deem a mínima importância, mas o eleitor está expressando seu sentimento com a classe política. Pelo menos uma reflexão é necessária.