No dia 16 de junho termina o prazo para a realização das convenções partidárias que vão confirmar os nomes para governador e vice que vão disputar o Governo do Estado, na eleição suplementar marcada para o dia 06 de agosto deste ano.
Essa é uma eleição extraordinária, pois foi convocada pelo TSE, após cassar o governador José Melo, por corrupção eleitoral, ou seja, compra de votos. O mandato será tampão, até o final de 2018. O eleito terá apenas um ano e poucos meses para governar.
As regras eleitorais são as mesmas das eleições municipais do ano passado. Recursos para campanha apenas doações de pessoas físicas e repasses de fundo partidário, que cada partido recebe mensalmente. Não pode doação de pessoa jurídica. Empresa não pode doar.
Também será uma campanha curta, de 45 dias, e com uma série de proibições, como não usar minidoors, faixas, placas e outros materiais semelhantes. Será a primeira campanha estadual com essas regras bem limitadoras. Teoricamente, esta campanha será com menos recursos financeiros. O limite definido pelo TRE é de R$ 16 milhões por candidato. É muito dinheiro. Será que haverá tantos doadores dispostos a repassar valores tão elevados?
O PT definiu que vai lançar candidatura e indicou o meu nome. Aguardamos confirmação da convenção. Para o PT será uma oportunidade de trabalhar as finanças de campanha por meio das doações de pessoas físicas. É o momento de estimular os filiados, simpatizantes e pessoas que acreditam na causa e nas propostas que serão apresentadas, que também é preciso apoiar financeiramente o candidato.
A participação do eleitor no financiamento das candidaturas é muito importante, pois estimular a cidadania, ou seja, o cidadão eleitor defende um candidato e suas propostas e, para tanto, quer que ele ganhe para colocar em prática suas ideias, mas sabe que a campanha precisa de recursos e por isso vai ajudar com doações e pedir a outros simpatizantes também. É educativo.
Com a redução de custos, a criatividade será fundamental nas campanhas. O eleitor quer clareza nas propostas. Muitos estão cansados dos políticos e dos escândalos. Muitos não acreditam em ninguém. Outros querem criminalizar a política. E talvez ainda persistam práticas abusivas e ilegais, como a força do dinheiro e a compra de votos.
Mas o momento é de dialogar claramente com a população. O mandato será curto. Não há espaço para milagres ou obras mirabolantes.
Uma certeza: o Estado está enfermo. Os serviços básicos como segurança pública, atendimento na saúde e funcionamento das escolas estão no topo das prioridades para uma gestão popular.
Os gastos são enormes, tanto quanto as irregularidades denunciadas nos últimos anos. Esquemas em obras, superfaturamento, Operação Maus Caminhos, esquema na Afeam, e assim vai.
Entendo que o novo governador precisa estancar a sangria. Fazer auditoria nos contratos, verificar os pagamentos, as obras e as licitações, são primeiros passos para transparência.
É vergonhoso para o Amazonas está entre os estados com menor transparência, apurado pela CGU e pelo Ministério Público Federal.
Das pré-candidaturas postas até hoje, a maioria representa um passado de administrações ineficientes e desastrosas, para não falar de irregularidades. Aliás, a maioria dos pré-candidatos são do mesmo grupo político que está no poder há 35 anos. Nenhuma mudança na forma de administrar o Estado é de se esperar, caso um deles seja eleito.
Mas o processo começa com as definições que surgem das convenções. E a campanha começa dia 20 de junho. O PT vai estar firme na eleição e presente em todo Estado. A luta continua!
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