Da Redação
MANAUS – Candidato ao Governo do Amazonas na eleição suplementar do dia 6 de agosto, o vereador Marcelo Serafim (PSB) defendeu, em entrevista ao ATUAL, nesta quinta-feira, 20, que é preciso reduzir o tamanho da máquina pública a fim de garantir dinheiro para investimentos.
Ex-deputado federal, Serafim disse que é preciso reduzir a burocracia do Estado que massacra a geração de emprego e renda. Conforme o candidato, o Estado tem hoje secretarias extraordinárias “que só servem para dar emprego a pessoas da alta soçaite precisam acabar”. “O Estado não tem que bancar esse tipo de gente”, afirmou.
Serafim disse que manterá trabalhadores terceirizados em alguns setores e outros não. Na saúde, defendeu o fim do que chamou de ‘máfia da terceirização’ e implantação de um sistema de ‘carreira de Estado’, com início nos municípios do interior e progressão até o médico se estabelecer em Manaus.
Confira os principais trechos da entrevista.
Aliança partidária
“Dialogamos bastante com outros partidos de dentro do nosso campo ideológico. Os outros partidos entenderam que seria melhor lançar candidaturas próprias. Então, o PSB e PMN decidiram lançar essa chapa, que tem uma características inovadora, comprometida com um governo moderno, transparente e jovial. Tenho certeza que alcançaremos um belo resultado no dia 6 de agosto. Fazemos uma campanha propositiva, crítica quando tem que ser crítica e criativa. Nenhuma campanha, mesmo as mais milionárias, são mais criativas que a do 40.”
Criatividade ou brincadeira
“Nós levamos muito a sério esse formato da campanha. Estamos preocupados o tempo todo em lhe alertar sobre o grande golpe que querem dar aqui no Estado. Fazer uma campanha que pode ter um segundo turno entre Eduardo (Braga, senador do PMDB), e Amazonino (Mendes-PDT, ex-governador) é algo que ninguém pode aceitar para o Estado do Amazonas. Nós vamos denunciar essa gente até o último momento. Os nossos adversários usam a desculpa dos 14 meses (tempo do mandato tampão) para dizer que não dá para fazer nada, quando dá para fazer muita coisa.”
Experiência x juventude
“Os nossos adversários usam muito a história de que eles têm experiência e que nós, que somos mais jovens, não temos essa qualificação e essa experiência. A experiência deles de estar envolvidos em escândalos de corrupção, realmente nós não temos. Nós temos a boa experiência, de escutar o pessoal mais simples, os empresários, os trabalhadores para que a gente possa coletar as mais diversas sugestões e fazer um grande mandato ao longo dos próximos 14 meses.”
Posição nas pesquisas
“Me botam no meio. Tem quatro (candidatos) acima e quatro abaixo. Eu estou em quinto lugar em todas as pesquisas, as sérias, e nas nossas de consumo interno. Ainda faltam 19 dias para a eleição e para termos boas apresentações nos debates e nas entrevistas e tenho absoluta certeza de que nosso nome chega a todos os cantos do Estado. Se vamos chegar ao segundo turno, eu não sei, mas tenho absoluta certeza que no dia 6 à noite a nossa campanha será uma das mais vitoriosas porque nós não estamos nos curvando ao poder. Não estamos nos submetendo a vender nossa história para ter tempo de TV ou estrutura de campanha. Na vida pública você não pode trocar a postura pela estrutura. Tem gente que acha mais importante ter estrutura política do que postura política, nós optamos por ter postura.”
Aliança com velhos grupos políticos
“Ele (deputado Serafim Corrêa, pai de Marcelo) foi vice do Eduardo em 98, há 20 anos, quando o Eduardo fazia oposição à política cancerígena representada pelo Amazonino Mendes. O que que queriam, que a gente apoiasse o Amazonino naquele momento? Nós não tínhamos outra opção. O Eduardo, naquele momento, parecia ser a melhor opção. Depois ele fez uma construção totalmente distorcida de toda essa história. O Alfredo (Nascimento, deputado federal), quando nós compusemos com ele, ele não era o Alfredo demitido por corrupção do governo Dilma. É totalmente diferente. O Marcelo (Ramos, vice de Braga) se aliou ao Alfredo demitido por corrupção do governo Dilma e ao Eduardo que ele mandou se ajoelhar no milho. Agora ele próprio (Marcelo Ramos) se ajoelha no milho. Ele não consegue sair na rua para pedir voto, ele só consegue sair na rua para se explicar.”
Emprego e renda
“Temos que fortalecer a indústria e o comércio reduzindo a burocracia. A burocracia maltrata e massacra a geração de empregos. Temos que reduzir o tamanho do Estado para se gastar menos com a máquina pública e ter mais recursos para fazer grandes investimentos que gerem empregos, renda e arrecadação de impostos. O setor primário no interior é um dos que mais geram empregos e renda. A Afeam (Agência de Fomento do Estado do Amazonas) financiou há pouco tempo um grande hotel da selva na cidade de Rio Preto da Eva. Ela aplicou R$ 20 milhões. Esse dinheiro não voltará para o Estado. Se você pega R$ 20 milhões para um negócio que gera 30 empregos e divide esses R$ 20 milhões por 100 empreendimentos pequenos no interior que geram muito mais empregos, você pode até não receber de volta, mas acaba recebendo de outra forma fixando o homem no interior, na hora em que você faz a geração de emprego e renda, estimulando o comércio. Acaba recebendo em forma de imposto.”
Empregos para a soçaite
“Não tenho compromisso com empresários que tenham interesse em mamar nas tetas do Estado. Nós temos hoje 45 secretarias, autarquias, fundações. A nossa ideia é chegar a uma redução em torno de 25% a 30%. Essas secretarias extraordinárias que só servem para dar emprego a pessoas da alta soçaite precisam acabar. O Estado não tem que bancar esse tipo de gente. No nosso governo haverá corte de cargos comissionados e do custeio. Eu tenho que reduzir o meu custo administrativo.”
Redução de terceirizados
“Em alguns casos sim e outros não. Em relação à saúde tem que acabar com essa máfia da terceirização. Você tem que chamar os concursados e se não for suficiente, fazer um novo concurso. A nossa ideia é transformar a saúde em carreira de Estado na qual você tem opção de fazer concurso para Manaus, mas também lá em Atalaia do Norte. E três anos depois você recebe a primeira progressão e depois vem para Manaus. Com isso, vamos estar levando a saúde para o interior e também para Manaus. Você tem que ter essa facilidade para o médico vir migrando até chegar a Manaus.”
Crise econômica e outras crises
“Tem uma crise financeira que é nacional, tem uma crise de segurança que é local, tem uma crise na saúde que é local e tem uma crise moral que são esses velhos candidatos aí querendo voltar. Ninguém pode achar que o Amazonas será diferente votando em Braga e Amazonino.”
Crise na segurança
“Vamos combater com várias ações. A primeira é resolver a questão dos presídios. Tirar a Umanizzare (empresa que administra as penitenciárias no Estado), relicitar o contrato, pedir ajuda das policiais militar e civil para trabalhar com inteligência para dizer o que está acontecendo dentro dos presídios. Trabalhar em parceria com a Polícia Federal e com as Forças Armadas para atuar nas fronteiras a fim de evitar que drogas e armas cheguem ao Estado do Amazonas. Vamos criar o Bope (Batalhão de Operações Especiais, do Rio de Janeiro) dentro do Estado do Amazonas pegando os 300 melhores homens do COI, da Força Tática e da Rocam. Fazendo isso, que é gestão, com mudança de conduta, mudança de ação, nós vamos resolver muita coisa da segurança pública.”
Cultura
“Vamos privilegiar a cultura de base. Tenho que privilegiar o circo, os malabares e não cultura elitista. O Amazonas se firmou no cenário cultural com uma cultura elitista. Nós precisamos mudar essa realidade e essa realidade será mudada. A gestão na cultura deve estar preocupada com os festivais no interior que gerem renda e que promova a circulação de dinheiro dentro dos municípios.”