MANAUS – A frase entre aspas foi dita nesta segunda-feira, 4, pela presidente da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), Rosimary Costa Pinto, depois de uma explanação sobre o agravamento da pandemia no Amazonas, especialmente em Manaus.
“É hora de toda a população se mobilizar para que nós evitemos o agravamento desses quadros e também evitemos os óbitos que estão ocorrendo”. Essa é a frase completa.
No dia 31 de dezembro, a FVS-AM já havia divulgado um parecer técnico sobre o agravamento da Covid-19 no Amazonas em que alertava para uma situação atual e a expectativa de piora em função das festividades de fim de ano.
“Com o período festivo no final do ano, espera-se um incremento nas taxas de transmissão da doença, o que certamente poderá resultar em uma grande pressão e sobrecarga sobre a rede de saúde pública e privada do Estado, com consequente desassistência, não apenas aos pacientes com Covid-19, mas também aos outros casos de SRAG [Síndromes Respiratórias Agudas Graves], doentes crônicos e vítimas de causas externas.”, diz o documento.
A FVS-AM orienta que, enquanto não houver disponibilidade de tratamento ou vacina eficaz, é fundamental a adoção de ações que promovam a adesão às medidas de prevenção ao vírus mortal, a fim de se evitar o colapso do sistema de saúde e a interrupção da transmissão.
Nesta segunda-feira, quatro dias depois do parecer técnico, Rosimary Costa Pinto informa que os hospitais particulares em Manaus estão com 100% de ocupação de leitos clínicos e de UTI. Isso significa que haverá, a partir de agora, maior pressão por leitos na rede pública, que já está com a capacidade próximo do limite.
Houve aumento das internações de pacientes com Covid-19 nos últimos dias, mas ainda não são os infectados por ocasião das festividades de Ano Novo. Alguns, possivelmente, se infectaram próximo do Natal ou na semana do Natal. Há que se considerar que as comemorações do Natal são feitas em família, com muito menos risco de infecção do que as comemorações do Ano Novo.
O professor Menabarreto França, aposentado do curso de Medicina da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), onde ministrava a disciplina Saúde Coletiva, alerta que a partir do dia 15 de janeiro a tendência é que haja um colapso da rede pública e privada de Manaus, em consequência do Réveillon.
Mais preocupante, ainda, é que as pessoas que já estão com o vírus, mas só apresentarão sintomas nos próximos dez dias, podem, até lá, infectar outras.
Diante desse quadro, não resta muito o que fazer, além das medidas apontadas pelas autoridades sanitárias: o distanciamento social, evitando-se aglomerações; os cuidados com a higiene, com a lavagem das mãos com água e sabão; o uso de álcool em gel nas mãos quando não for possível lavar com água e sabão; e, principalmente, o uso de máscaras em público.
Essa é a opinião do ATUAL.