Do ATUAL
MANAUS – Dois homens foram presos no último sábado (2) em Manaus por estupros de crianças e transmitir HIV intencionalmente. Uma das vítimas, de 5 anos, é autista não verbal [tem dificuldade ou é incapaz de se expressar verbalmente, mas compreende o que os outros falam]. Um dos presos é tio da criança e divulgava imagens dos abusos por chamada de vídeo em aplicativos de mensagens.
A delegada Juliana Tuma, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (4) que o suspeito foi preso junto com outro homem no momento em que estava com a criança e fazia chamada de vídeo. Eles estavam apenas de toalha. A Polícia Civil soube do caso por denúncia à Ronda Maria da Penha.
Segundo Juliana Tuma, a mãe da vítima disse em depoimento que percebeu hematomas no filho. Ao questionar o irmão, ele disse que podia ter acontecido na escola. A criança era deixada com ele porque estava desempregado e ficava em casa.
“Ficou muito bem evidenciada a materialidade, eles estavam no momento da chegada da PM realizando chamada de vídeo e transmitindo os abusos sexuais via aplicativo de conversa. A hediondez é tanta que foi apreendida a fralda da criança para encaminhar à perícia”, disse Juliana Tuma.
A polícia obteve fotos, vídeos e conversas dos suspeitos com outros homens que assistiam às imagens. Eles ainda não foram identificados.
A delegada disse que ao serem presos, os suspeitos admitiram que produziam material de pornografia infantil. Juliana Tuma disse que os suspeitos tinham vídeos de outras crianças. “Há possibilidade de ser uma organização criminosa muito maior, com ramificação muito maior”, disse a delegada.
Juliana Tuma disse disse que na audiência de custódia, a prisão dos criminosos foi convertida em preventiva. “Esses dois suspeitos foram flagrados em cinco tipos penais, sendo eles estupro de vulnerável, favorecimento à prostituição de vulneráveis, armazenamento, compartilhamento e produção de material pornográfico envolvendo criança e adolescente, e satisfação da lascívia na presença de crianças e adolescentes”.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados porque a investigação ocorre em sigilo. Conforme a delegada, a intenção é rastrear as ligações dos suspeitos para chegar aos contatos que aceitavam assistir aos estupros.