BRASÍLIA – Em discurso nesta terça-feira, 10, no plenário do Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) leu um documento da Caixa Econômica Federal que atesta a falta de proposta da Prefeitura de Manaus para acessar recursos federais para as obras do BRT (Bus Rapid Transit). Vanessa foi à tribuna do Senado rebater afirmações do prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto (PSDB), de que o BRT não foi implantado em Manaus por falta recursos do governo federal. A parlamentar diz que o empreendimento não saiu do papel por falta de projeto.
Conforme publicou o AMAZONAS ATUAL na segunda-feira, o prefeito, durante a leitura da mensagem governamental, na Câmara Municipal de Manaus, disse que se não tiver dinheiro do governo federal para a construção do BRT, a obra não sairá do papel. “Nós temos capacidade de contrair os empréstimos. Precisa agora a gente sair da marretagem e começar a falar sério. Não tem um tostão nos cofres da prefeitura para fazer o BRT. Tem que vir do governo federal, ou não tem. Ou dá, ou não vai ter BRT”, disse o prefeito.
A senadora exibiu na tribuna cópia de um e-mail enviado pelo gerente executivo da Caixa Econômica Federal, Raimundo Ribeiro, constatando que falta projeto para o empreendimento. “A Prefeitura de Manaus, no início da tramitação do novo contrato, sinalizou a intenção de realizar o aproveitamento dos projetos realizados à época em que o empreendimento constava na Matriz Copa 2014 e ficou acordado que os mesmo seriam ajustados, bem como seu orçamento seria atualizado. Porém, até a presente data, nenhum documento técnico, bem como os operacionais destinados à celebração do instrumento contratual de financiamento, foram encaminhados à Caixa”, diz o gerente.
A data do e-mail é do dia 9 deste mês (segunda-feira) às 14h29 (confira abaixo). “Ora, não tem recursos por que até hoje não foi apresentado sequer um projeto de mobilidade que substitua ao que saiu da Matriz da Copa. Fiz questão de me certificar dessa situação diretamente na Caixa”, afirmou.
A senadora diz que o prefeito critica o governo por “pura bazófia”. Ela classifica a situação como uma afronta à inteligência dos vereadores e de toda a população de Manaus. “O mesmo ele faz construindo ciclovias em calçadas, obra extremamente questionada nas redes sociais e imprensa local. No poder executivo é preciso agir, chega de frases de efeito”, disse.
Compromisso
Vanessa Grazziotin explicou que o governo federal sempre manteve o compromisso de ajudar Manaus na implantação do BRT. Mas, por irregularidades no edital de licitação, falhas nos projetos básicos e, projetos sem integração, impediram a Caixa Econômica de liberar o financiamento.
“Não restou outra alternativa ao Governo do Estado e a Prefeitura de Manaus a não ser pedirem ao governo federal a retirada das duas obras da Matriz de Responsabilidade da Copa”. As saírem da Matriz, explicou a senadora, as obras migraram para o Programação de Aceleração do Crescimento, o PAC 2. “Ou seja saíram da agenda da Copa, mas não da agenda do governo federal”, disse.