Da Redação
MANAUS – Com alegação de que os suspeitos estavam destruindo provas, o corregedor da SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas), Leandro Almada, pediu à Justiça sigilo na investigação sobre o desaparecimento de três jovens, em Manaus, que foram levados em viaturas da Polícia Militar no dia 28 de outubro quando andavam de moto pelas ruas do bairro Grande Vitória, na zona leste da cidade. Nessa condição, os dez policiais militares presos na manhã desta terça-feira, 8, suspeitos de envolvimento no caso, não terão os nomes revelados. Presos civis, ao contrário, são, conforme o padrão da Polícia Civil, apresentados à imprensa.
Alex Júlio Roque de Melo, de 25 anos; Rita de Cássia castro da Silva, 19; e Weverton Marinho, 20, não foram mais encontrados. “Há indícios veementes de crimes de homicídios”, disse Almada, em entrevista coletiva, sem confirmar se os jovens foram assassinados e os corpos queimados ou enterrados. “Não vamos permitir que a destruição de cadáveres se torne um crime impune”, limitou-se a dizer Almada.
Foram presos temporariamente, por cinco dias, dois aspirantes, dois sargentos, quatro soldados e dois cabos, todos do plantão da 4ª Cicom (Companhia Interativa Comunitária) no dia do desaparecimento. O corregedor informou que a perícia ainda está analisando provas materiais como uma sandália com manchas de sangue que familiares afirmam ser de Alex Júlio. A moto dos jovens foi liberada pela polícia. Os telefones celulares dos policiais também foram apreendidos.
“Sobre a motivação do crime, um indicativo forte já temos, mas precisamos buscar mais elementos de provas”, disse Almada, ao revelar que foram atestadas algumas inconsistências nas declarações dos policiais suspeitos. “Temos suspeitas de que a abordagem dos jovens não foi aleatória”, declarou o corregedor.
O comando da Polícia Militar informou que irá aguardar o resultado da investigação para decidir sobre punições aos policiais. “Seria leviano dizer que vou julgar, expulsar, fazer e acontecer. É muito cedo. Temos dez pessoas presas, não quer dizer que os dez sejam culpados. A conclusão da investigação vai apontar a responsabilidade e assim será”, disse o coronel Hilbeberto, da Justiça Militar.