A negligência ambiental produz danosos crimes ambientais, por vezes, irreparáveis, impactando nocivamente a economia, a política e a vida em sociedade.
Intervenções antrópicas irracionais e devastadoras vêm causando estragos ambientais, étnicos, culturais ao longo do tempo. Na América, incluindo o Brasil, os europeus protagonizaram um nefasto processo colonial, cujas inconsequências afetaram prejudicialmente inúmeras culturas e saquearam recursos ambientais. Já era tempo de todos os governos terem aprendido algo com essas aterradoras negligências etnoambientais e sociais. E não ficar justificando os maus feitos do presente pelos do passado.
O atual governo brasileiro reincide em acobertar e ser conivente com velhas e nefastas práticas sobre o meio ambiente e povos nativos, em especial na Amazônia, pondo em risco o que ainda resta de patrimônio ambiental e cultural brasileiro.
Não é á toa que parcela significativa da comunidade internacional e instituições internas do país pressionam para que o governo federal faça alguma coisa efetiva para impedir a expansão de impactos irracionais (queimadas, desmatamentos, garimpos ilegais, crimes contra a fauna e a flora, invasão de garimpeiros e agronegócios em terras indígenas com assassinatos de nativos etc) sobre o território amazônico e suas populações nativas. Acordos como o do Mercosul com a União Europeia estão seriamente ameaçados. A imagem do país no exterior nunca esteve tão em baixa.
A completa falta de gestão preventiva de danos sobre o meio ambiente amazônico e de proteção a seus povos desestimula e afasta os potencias investidores no país. Reforça a imagem internacional que o atual governo conseguiu promover do Brasil no exterior – a de pária internacional. E agrava muito a situação quando recorre a desculpas ideológicas delirantes, a fake news, a manipulações e fraudes informacionais, e ao negacionismo dos problemas ambientais e da ciência, como vinha fazendo há até bem pouco tempo com as queimadas denunciadas pelo Inpe e com a atual gripezinha (pandemia de Covid-19). É algo realmente vexatório sob todos os aspectos tanto obscurantismo científico, político e cultural.
Se atualmente o que tem importado nos meios de comunicação é o noticiário político-policial, devido aos indícios de criminosos vínculos de aliados do atual governo com as milícias e esquemas de “rachadinha”, rede criminosa de robôs para produzir fake news etc, tendo deixado menor até mesmo a cobertura da pandemia, observe-se que não se deu quase nenhuma atenção às questões ambientais e étnicas. De fato, é o cenário ideal para aqueles que pretendem “passar a boiada”, prosseguindo com as intervenções genocidas e o “trabalho” iniciado pelos colonizadores há cinco séculos.
Enfim, tamanha negligência e insegurança socioambiental promovem danos irreparáveis ao país, seus povos e suas perspectivas de presente e de futuro.
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