Da Redação
MANAUS – O deputado estadual Fausto Junior (PV) pediu que o Comando da Polícia Militar do Amazonas afaste os policiais envolvidos em denúncias de assédio moral e sexual nas escolas da PM em Manaus até que se conclua a sindicância interna. As denúncias foram feitas por 80 mães que participaram de audiência na ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas), na semana passada. “São pessoas que estão sob suspeita, se não for atestada nenhuma irregularidade, elas voltam às suas atividades, mas precisam ser afastadas”, disse.
Ele pediu o afastamento dos denunciados em entrevista ao ATUAL, na tarde desta terça-feira (24). Mais cedo, no plenário da Assembleia, o deputado também falou sobre a pressão que os pais e estudantes estão sofrendo nas escolas por terem denunciado as irregularidades.
Fausto Junior disse que o afastamento é necessário para evitar represálias. “Os pais que foram à Assembleia teriam sidos identificados dentro das escolas e os filhos deles foram chamados à diretoria em uma clara tentativa de intimidação dessas crianças. Esse tipo de coação não pode acontecer, isso é muito grave”, afirmou.
Alunos e pais de estudantes procuraram a Assembleia para informar que estão sendo pressionados pelos gestores dos colégios a voltar atrás e desmentirem as denúncias de assédios moral e sexual e agressões físicas que ocorrem dentro das instituições de ensino.
O parlamentar disse que as denúncias precisam ser apuradas para evitar também que as escolas percam a credibilidade. “É muito triste ter que apurar uma situação como essa em um modelo de sucesso como são as escolas da Polícia Militar. Essas pessoas, que são maças pobres, precisam ser afastadas”, reiterou.
Segundo Fausto Junior, as denúncias envolvem também a presença de policiais militares armados no ambiente escolar e assédio sexual contra alunas. “Precisamos apurar a verdade e responsabilizar aqueles que tenham praticado essas irregularidades. Os colégios da Polícia Militar são um modelo de sucesso e não podemos perder essa referência educacional”, disse.
Junior disse que a questão envolve também a hierarquia e disciplina, mas que precisam ser diferenciadas. “Nós precisamos diferenciar a questão hierárquica e disciplinar, que é o princípio basilar dessas escolas. Isso a gente precisa defender. Não se pode confundir a disciplina com assédio. Agredir um aluno, ameaçando, pegando em uma arma quando vai se dirigir ao aluno, isso não pode. É essa separação do joio do trigo que precisamos fazer”.
O deputado citou o caso do professor Anderson Pimenta Rodrigues que foi ameaçado pelo diretor de uma das unidades da PM. Conforme Fausto Junior, faltou entendimento do militar para lidar com a situação. “O professor está ali para ensinar, se há uma divergência, que seja resolvida da maneira legal, pelo trâmite normal da coisa. O professor pegar uma surra na escola, ele foi agredido no pátio. Isso bota em cheque a credibilidade da escola, da instituição”, disse.
Uma nova audiência pública irá ouvir os pais com a participação de membros do Ministério Público do Amazonas, da própria PM, da Seduc Secretaria de Educação) e das Associações de Pais dos Colégios da Polícia Militar. A reunião será na sexta-feira, 27, as 11h.
Assista à entrevista com o deputado Fausto Jr. sobre o assunto.