
Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O deputado federal Pablo Oliva (PSL) classificou como “mentirosas, infundadas e descabidas” as acusações que resultaram na Operação Seronato, deflagrada na manhã desta sexta-feira, 15, contra ele, a mãe dele, Eda Maria Oliva Souza, e outras três pessoas. Segundo a PF, os crimes envolvem corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Em vídeo publicado nas redes sociais na noite desta sexta-feira, Pablo Oliva afirma que as acusações se referem a supostos fatos que ocorreram há 8 anos e que “foi surpreendido” com a operação na porta da casa dele. “Isso nunca aconteceu na minha história e ninguém tem nenhum fato a respeito disso para se falar”, disse o deputado federal.
Pablo Oliva, que é delegado da PF licenciado, disse que no período em que exerceu o cargo nunca foi acusado de ter se corrompido “com um centavo sequer”. “Durante os 12 anos que exerci o cargo de delegado de polícia Federal, fiz com zelo, probidade e fui responsável pela condução e apreensão de milhares de reais, quiçá milhões de reais”, disse.
O deputado federal contestou a ausência de investigações contra o que chamou de “escândalos da Saúde no ano atual”. “Ninguém quis investigar o que está acontecendo em escândalos da saúde no ano atual ou em vários Estados da federação. Não. Foram investigar o delegado de polícia Federal, com uma pressa, esse ano sobre fatos de 8 anos atrás”, afirmou.
O delegado licenciado disse que sempre respeitou e apoiou o trabalho da PF, mas não vai admitir “acusações infundadas” contra ele. “Não vou permitir que essas pessoas que não querem um delegado de polícia federal sério na política vençam. Não! O meu compromisso com o combate à criminalidade e a corrupção vai continuar”, afirmou.
Ao final do vídeo, Pablo disse que as pessoas que o acusam “injustamente” vão encontrar “a justiça na frente delas” e lamentou o envolvimento da mãe dele na operação. “Uma senhora de 75 anos de idade, que me deu todos os valores e que só conheceu uma forma de vencer na vida: através do trabalho”, disse o deputado federal.
Entre os locais em que a Polícia Federal cumpriu os mandados de busca e apreensão está o Condomínio Vila Rica, na Avenida Efigênio Salles, zona centro-sul de Manaus, onde mora a mãe de Pablo Oliva. Ela é ex-diretora do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) e foi substituída na semana passada.
De acordo com a Polícia Federal, Pablo teria se prevalecido do cargo de delegado ao fazer mau uso das informações obtidas durante a investigação que culminou com a Operação Udyat, deflagrada em 2012, para viabilizar o agenciamento da venda de uma empresa pertencente a mãe dele, Eda Oliva, pelo valor de R$ 500 mil.
A operação citada pela Polícia Federal alcançou um grupo que identificava pessoas que apresentavam supostos elementos incriminadores e as abordava utilizando indevidamente o cargo de polícia federal de alguns dos denunciados para obter vantagens econômicas indevidas, segundo a juíza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara Federal do Amazonas.
Em outro inquérito que Pablo também é alvo, a Polícia Federal informou que investiga suposta subcontratação, realizada por um consórcio de empresas que atuou na construção do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, para que a empresa Oliva e Souza Ltda, registrada no nome de Eda, executasse o paisagismo do aeroporto pelo valor de R$ 1,2 milhão.
Na tarde desta sexta-feira, após a reportagem do ATUAL solicitar acesso a decisão que autorizou busca e apreensão, o juiz Marllon Souza, da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas, informou, que são sigilosos os autos das investigações contra o deputado, dois familiares dele, dois empresários e uma ex-sócia de uma das empresas envolvidas.