MANAUS – Passada a primeira onda de Covid-19 em Manaus, quando centenas de pessoas perdiam a vida diariamente, a população perdeu o medo da doença, o que contribui para o risco iminente de uma segunda onda.
Entre março e abril, com a contribuição da mídia, em todo o Brasil houve certa apreensão e medo da população em relação ao novo coronavírus, que matava milhares de pessoas por dia na Europa e Estados Unidos, e começava a matar centenas no Brasil.
A suspensão do trabalho nas empresas e o fechamento do comércio e de serviços não essenciais levou a um confinamento da população, que não foi total, mas esvaziou as ruas da capital amazonense.
Foi esse medo de contrair a doença e ter que enfrentar um serviço de saúde em colapso que segurou as pessoas em casa e evitou uma tragédia ainda maior do que a ocorrida os meses críticos da pandemia na capital.
Agora, com a flexibilização das medidas de segurança, a abertura do comércio e a volta dos trabalhadores às empresas, o medo desapareceu, e, por toda a cidade é possível presenciar aglomerações.
As medidas de higiene também foram relaxadas. Os cuidados que se tinham antes, como tocar na maçaneta de portas, higienizar as mãos depois de tocar em maquinetas de cartão plastificadas (os plásticos nem existem mais nesses equipamentos), foram deixados de lado.
O Álcool em gel, que faltou no auge da pandemia em Manaus é encontrado fácil e com preço mais acessível nos supermercados, mas também deixou de ser um produto essencial para muitas famílias.
O resultado começou a aparecer nos números. Nos últimos dois dias, 1.609 casos confirmados da doença em Manaus. Desse, quase 100 foram detectados por RT-PCR, o exame que aponta casos novos que estão entre o 3º e 6º dias da doença.
As internações nos hospitais públicos e provados também vêm crescendo. Já passam de 300 as pessoas internadas, sendo mais de 100 em UTIs.
O número de mortes ainda se mantém em níveis baixos em relação a abril e maio deste ano, mas o quadro pode mudar para pior se não houver uma mudança de comportamento.