Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A defesa do médico Mouhamad Moustafá pediu, nessa quarta-feira, 11, a reconsideração da decisão que decretou a prisão preventiva dele em dezembro de 2018 por suposta tentativa de embaraço às investigações da Operação Cashback, a quarta fase da Maus Caminhos. A advogada Simone Guerra afirmou que a prisão de Mouhamad foi baseada em suposições e que o médico “está sofrendo constrangimento ilegal”.
As investigações da Polícia Federal identificaram indícios de comunicação entre Mouhamad e o empresário Gilberto Aguiar, que também é investigado na Operação Maus Caminhos. De acordo como MPF (Ministério Público Federal), o médico e o empresário se encontraram “de forma velada” para compartilhar informações sobre a operação.
Para a advogada, não existe nenhuma prova que Mouhamad quebrou a cautelar e teve contato com Gilberto Aguiar. “São tudo suposições, tudo ilação, porque eles dizem que foi encontrada uma mensagem no celular do Gilberto e do Mouhamad, mas não foi o Mouhamad que mandou a mensagem”, afirmou Simone Guerra.
Ainda de acordo com a defesa, perícia realizada nos aparelhos do empresário e do médico concluiu a mensagem não foi enviada por Mouhamad, mas repassada por outra pessoa. “A perícia já testou. A mensagem não foi mandada por Mouhamad. Nunca Gilberto trocou conversa com o Mouhamad. (…) A mensagem não fala de operação, não fala de encontro com Gilberto, não existe nada disso”, disse Simone Guerra.
A advogada alega que as imagens do sistema de vigilância da casa de Mouhamad provaram que Gilberto Aguiar nunca esteve na casa do médico. A defesa também disse que a Polícia Federal poderia ter solicitado imagens do sistema de câmeras do condomínio, “mas nem isso fizeram”.
“Então, é só baseada em ilação o motivo pelo qual o Mouhamad está preso. Então, a defesa pediu que a juíza reconsidere o Ministério Público porque não se justifica ele estar preso sofrendo um constrangimento ilegal sem qualquer prova de autoria e materialidade”, finalizou a advogada.