Da Redação
MANAUS – Casos de violência contra jornalistas e a liberdade de imprensa em 2019 foram 208, um aumento de 54% em relação a 2018, quando foram registrados 135 casos. Maria José Braga, presidente da Fenarj (Federação Nacional dos Jornalistas) disse que as declarações de Bolsonaro “institucionalizam a violência contra a imprensa e seus profissionais”.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 16, no Relatório de violência e Liberdade de Imprensa, da Fenarj.
Conforme o relatório, dois assassinatos foram registrados, um em Maricá-RJ e outro em Santa Cruz de Capiberibe-PE. O documento contabilizou 94 de agressões e 144 casos de descredibilização da imprensa, desses, a Federação incluiu 121 ataques do presidente Jair Bolsonaro.
Um texto publicado no site da entidade considerou que a postura do presidente mostra que a liberdade de imprensa está ameaçada. “Em 2019, a modalidade tornou-se a principal forma de ameaça à liberdade de imprensa no Brasil e foi incluída no relatório diante da institucionalização da prática por meio das falas e discursos do presidente da República”, diz o texto.
Casos de ameaça e intimidação foram 28, agressões físicas 15, de censura ou impedimento do exercício profissional 10, ocorrências de cerceamento à liberdade de imprensa por ações foram 5 judiciais, injúria racial 2 e 2 foram ações de violência contra a organização sindical da categoria.
Situação nas regiões
A região Sudeste se manteve como a região brasileira com mais casos de violência direta contra jornalistas, repetindo a tendência dos últimos seis anos. Ao todo, foram 44 ocorrências (46,81%). Em seguida, ficou a região Centro-Oeste com 18 casos (19,15%) com destaque para o Distrito Federal com 13 (13,83%) ocorrências. O Sul do país contabilizou com 15 casos (15,96%), o Nordeste com 11 (11,70%) e o Norte com 6 (6,38%).
Amazonas
No dia 21 de janeiro, o repórter fotográfico Jander Robson, da Rede Calderaro de Comunicação, foi espancado por cinco homens, quando ao tentar registrar um acidente de trânsito em Manaus. Jander foi impedido de fazer os registros e foi agredido por parentes da vítima que morreu no local. Ele foi socorrido pelo Samu e levado para o hospital. A máquina fotográfica foi levada e depois devolvida para os policiais.
Outro caso aconteceu no dia 8 de março, quando a juíza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara de Justiça Federal no Amazonas, autorizou confiscar o celular da jornalista Larissa Cavalcante, repórter do jornal A Crítica. A magistrada mandou apagar todas as imagens e áudios feitos, após depoimento do ex-governador José Melo, no âmbito da Operação Maus Caminhos, que investiga desvios de recursos públicos da Saúde.