Da Redação
MANAUS – O ex-comandante Militar da Amazônia, general Guilherme Theophilo Gaspar, classificou de mal intencionados e teóricos da conspiração o partidos de esquerda que criticam a presença do exército dos EUA em exercícios militares na Amazônia.
Segundo Theophilo, que atualmente é comandante logístico do Exército, ele fica “admirado” quando houve alguém fazendo questionamentos sobre a presença de exército estrangeiro na região. “Eu fico admirado de uma pessoa fazer uma pergunta tão direcionada e mal intencionada. Essa que é a razão dessa pergunta. Então eu acho que é uma teoria da conspiração. Não vejo nem sentido dos partidos de esquerda que estão fazendo esse questionamento”, afirmou o militar nesta terça-feira, 7.
A declaração de Theophilo foi em um exercício militar que está sendo realizado no município de Tabatinga, batizado de Amazonlog 17. Iniciado na segunda, 6, o exercício é organizado pelas Forças Armadas do Brasil e envolve forças dos Estados Unidos, da Colômbia e do Peru. A ideia é simular a criação de uma base militar multinacional para atender emergências humanitárias.
De acordo com o ex-comandante militar da Amazônia, o Brasil tem muito a aprender com os EUA em várias áreas. Inclusive no campo militar.
“O mundo é globalizado. Os EUA têm uma expertise muito grande no que se refere em calamidades e ajuda humanitária. Só de furacões teve agora uns quatro, e rapidamente se reconstrói. Eles têm esse know-how. Por que não passar esse know-how para gente?”, questionou Theophilo.
Para o militar, as críticas internas contra a relação do Brasil com países estrangeiros só aparecem no campo militar. Nas demais áreas, nenhuma voz se levanta e há exitosas iniciativas.
“O mundo é globalizado. Um dos maiores pesquisadores do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Philip Fearnside, 34 anos de Amazônia, é um americano, prêmio Nobel de Ciência, trabalha com a gente. Agora, fizemos a maior torre de observação climática na reserva do Uatumã, mais alta que a Torre Eiffel, com 325 metros de altura, com a Alemanha. Um consórcio Brasil-Alemanha”, disse o comandante logístico do Exército.
Theophilo diz que os críticos precisam aceitar que o País troque experiências com outros países também na área militar. “Mas se eu trouxer (exércitos estrangeiros) na Amazônia, para mostrar ao mundo que nós queremos melhorar a situação do ribeirinho, do caboclo e do indígena, aí vem gente dizer que estou querendo abrir para o americano, (para) nossos amigos peruanos, colombianos, chilenos, argentinos, canadenses, franceses, alemães, que estão aqui com a gente também”, reclamou o militar. O exercício encerra no dia 12 deste mês.