Da Redação
MANAUS – A insegurança pública já afeta o consumo. Além de impostos, os preços dos produtos ao consumidor trazem incorporados o custo de despesas com segurança pelos fabricantes. Conforme pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que as empresas gastaram R$ 30 bilhões com segurança em 2017 e R$ 12,5 bilhões em pesquisas. Muitas empresas também escolhem o local de instalação do negócio pelo menor grau de periculosidade e não pela proximidade com a matéria-prima.
“Já são perceptíveis os gastos com segurança privada – como câmeras ou cancelas – para se proteger. Também já é claro que precisamos evitar caminhos, gastando mais gasolina ou pegando outro ônibus, para não sermos vítimas de um assalto. Isso sem contar nos impostos que deveriam ser investidos em segurança que também pagamos”, diz Marco Antônio Barbosa, especialista em segurança e diretor da Came Brasil. “Em todas as pontas a conta chega aos nossos, já reduzidos, bolsos. Agora temos mais uma evidência e é muito importante que tenhamos a consciência da gravidade do problema”, afirma.
Atualmente, segundo o ranking da organização de sociedade civil mexicana Segurança, Justiça e Paz, 17 das 50 cidades mais violentas do mundo estão no Brasil. “Como mudar este panorama sem um cuidado especial? É necessário cobrar dos governantes um planejamento com investimentos não só em segurança, mas em educação, saneamento básico e saúde. Fazer com que o Estado consiga prover dignidade para a população e assuma o vácuo de oportunidades deixado para o crime organizado se apossar”, diz Barbosa.