Da Redação
MANAUS – O corpo de Geraldo Sávio, de 49 anos, a primeira vítima de coronavírus no Amazonas, ficará retido até a próxima semana para ser cremado. Isso porque o Estado não possui crematório público e o único privado, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), não teve a licença ambiental liberada.
O governador Wilson Lima informou que o local deve estar disponível na quinta-feira, 2.
“Essa estrutura é da inciativa privada, não é de competência do governo do estado. Eu conversei com o dono desse espaço, que me garantiu que mais ou menos na quinta-feira da semana que vem, esse crematório estará pronto. E o compromisso que nós assumimos com essa família é de que o corpo será conservado e quando estiver funcionando este crematório, ele será levado”, disse, em entrevista on-line na tarde desta quarta-feira, 25.
O corpo permanece no Hospital Delphina Aziz, na zona norte de Manaus, em uma câmara refrigerada, e isolado. Segundo o governador, a família também deseja que o corpo de Sávio seja cremado.
A orientação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é que os corpos de pessoas que morreram infectadas devem passar por esse procedimento.
“A Anvisa define um protocolo em que preferencialmente os corpos devem ser cremados. Na impossibilidade de cremar, os corpos devem ser isolados e enterrados”, disse a diretora-presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), Rosemary Pinto.
Risco de infecção
Os pacientes que morrem em decorrência do vírus continuam sendo transmissores.
Na Espanha, ao menos 60 pessoas que estiveram presentes em um funeral em Vitória, cidade ao Norte do país, testaram positivo para o coronavírus no final de fevereiro.
A orientação de cremar os corpos têm sido adotada em outros países, mesmo quando a cultura diverge.
Consultado pelo ATUAL sobre a licença para o crematório particular, o Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) não se pronunciou até a publicação desta matéria.
Confira as orientações da Anvisa às funerárias.