Da Redação
MANAUS – O contingenciamento de verbas em 30% na Ciência e Educação pelo Governo Federal pode paralisar as atividades do Ifam (Instituto Federal de Educação do Amazonas) a partir de agosto deste ano e afetar outras instituições federais no Amazonas.
A informação foi dada em reunião de gestores do Ifam, da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) com o senador Eduardo Braga (MDB) na última sexta-feira, 17, e compartilhada pelo senador em encontro com jornalistas no sábado, 18.
“[A situação do Ifam] preocupa. O encontro foi para tratar da questão do contingenciamento dos recursos pelo MEC. Ouvimos do Ifam que o corte foi dramático, ao ponto de que o Ifam pode ter suas atividades comprometidas a partir do mês agosto”, afirmou o senador.
Segundo Braga, a Ufam também teve “um corte muito acentuado”. De acordo com o reitor Sylvio Puga, a universidade terá R$ 38 milhões a menos para funcionar em 2019. O dinheiro seria usado para pagamento de água, luz e empresas que prestam serviços terceirizados.
Braga avalia que a medida do governo Bolsonaro “trata desiguais de forma igual”, o que resulta em injustiça. O senador afirmou que fez apelo ao MEC (Ministério da Educação) para rever a retenção de repasse às instituições amazonenses e propôs o “contingenciamento seletivo”.
“O que eu tenho feito é um apelo ao ministério da Educação, ao presidente da República, de que com grandeza e humildade a gente possa rever esse contingenciamento linear e que a gente faça um contingenciamento seletivo para que não inviabilize instituições como a Ufam e o Ifam no Amazonas”, afirmou os senador.
O senador afirmou que espera que “o governo brasileiro tenha aprendido com o que aconteceu de 2013 para cá” e tenha grandeza, humildade e coragem para rever posições.
“Eu espero que o governo brasileiro tenha, com relação ao contingenciamento da educação, a grandeza e sensibilidade de poder rever a sua posição, não para deixar de fazer o contingenciamento, mas fazê-lo de forma seletiva, sem inviabilizar as instituições tão importantes como é o caso da Ufam e o Ifam no Amazonas”, disse Eduardo Braga.
Refinaria em perigo
Outro tema abordado com preocupação pelo senador Eduardo Braga no encontro com jornalistas foi o futuro da Refinaria de Manaus, a Reman. Ele afirma que há uma “desatualização tecnológica” que pode levar ao fechamento da refinaria em dois anos.
“A Reman está praticamente sem condições de fazer refino. Vou dar um exemplo: óleo diesel S10 a Reman não refina. Ou seja, todo óleo diesel S10 que é consumido no Estado do Amazonas vem de fora. Portanto, se nós não fizemos inovação imediata em defesa da Reman, em defesa da refinaria, em dois anos eu acho que nós não vamos ter mais a refinaria”, afirmou Braga.
Braga lembrou que as distribuidoras Atem e Equador estão importando gasolina e diesel de refinarias dos Estados Unidos e outros países, o que contribui para aumentar o desinteresse da Petrobras em investir na Reman.