Da Redação
MANAUS – A Norte Serviços Ltda. concentra os trabalhos na CPI da Saúde na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas). O presidente da Comissão, deputado Delegado Péricles (PSL), disse que os depoimentos de servidores da Susam (Secretaria de Estado de Saúde) colhidos até agora revelam que a empresa firmou contratos com valores sempre acima dos praticados por outras companhias ao consumidor e sem garantia de comprovação dos serviços.
A Norte Serviços firmou contrato para prestar serviços de lavanderia para o Hospital de Campanha da Nilton Lins durante o combate ao Covid-19 e teve ofertas de exames em 2017 superfaturados, e afirmou que ela tem atuado de forma ilegal em muitas gestões.
“Enquanto a senhora Narelda (da Silva Barros) deixou claro que houve utilização de dados de serviços que sequer haviam sido prestados para complementar processos de ações diferentes, o senhor Edivaldo (da Silva, ex-secretário adjunto de Atenção Especializada do Interior) demonstrou total desconhecimento de atestados que ele mesmo fez no caso da oferta de exames médicos superfaturados em municípios do interior do Amazonas”, disse Péricles.
“É absurdo tanto o fato de valores tão acima dos preços de mercado passe despercebido por uma gerência de compras, assim como são ainda mais absurdas as contradições detectadas durante explicações sobre a fiscalização para saber de se fato esses exames foram realizados”, afirmou.
As investigações da CPI da Saúde apontaram que a empresa recebeu R$ 868 mil pelo atendimento de apenas 91 pacientes. O valor pela realização dos dois exames, que teria média máxima de R$ 1,3 mil na rede particular, teve a cobrança de R$ 8,680 mil para 100 pacientes atendidos, uma diferença de nove pacientes, segundo a nota fiscal da Norte. Além disso, foram detectadas irregularidades na montagem de notas e nos relatórios referentes aos quatro dias de exames feitos pela Norte Serviços, conforme revelou Péricles.
De acordo com Péricles, há contradição envolvendo também a ex-assessora do governo Carla Pollake. “Essa contradição reforça nossa necessidade de seguir investigações sobre o possível caso de triangulação. A senhora Carla Pollake não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo ou priorizando quem teoricamente não estava pagando valor algum a ela pelos serviços. As coincidências nos levam a crer que ela teria sido paga por empresa privada para prestar serviços de consultoria à atual gestão’, disse.
A CPI da Saúde prossegue nesta segunda-feira, 10, quando ouvirá o senhor Frank Andrey Gomes de Abreu, que, segundo Péricles, é verdadeiro proprietário da Norte Serviços.