MANAUS – A construção civil do Amazonas criou 1.068 vagas de emprego no mês de agosto deste ano. No período, houve 967 desligamentos, o que gerou o um saldo positivo de 101 vagas. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Agosto foi o mês em que o setor mais gerou empregos no Estado, neste ano. Até então, julho havia sido o melhor mês de 2018, quando foram criados 1.031 postos de trabalho contra 746 demissões. Em junho, houve 809 contratações e 625 desligamentos.
O presidente do SINDUSCON-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, atribui a retomada das contratações, nos últimos três meses, ao aumento das obras executadas neste período do ano. “O verão tradicionalmente impulsiona obras, por ser um período favorável às obras de infraestrutura e externas [do setor privado]. Muitos projetos que tiveram lançamento este ano iniciaram obras neste período. Há, também, uma gradual retomada das vendas de imóveis, o que tem estimulado novos lançamentos, gerando novas contratações”, disse.
Ainda sob os efeitos da crise econômica, a construção civil do Estado começou o ano com saldo negativo. Em janeiro, quando o setor admitiu 571 trabalhadores e desligou 1.262, o saldo chegou a cair para – 691 vagas. Na avaliação do presidente do SINDUSCON-AM, apesar da retomada gradativa do emprego a partir de junho, quando houve saldo positivo de 184 vagas, o setor ainda amarga perdas decorrentes da crise e da falta de investimento público.
“Vários fatores implicam na baixa retomada dos investimentos em construção civil. Temos muita insegurança jurídica; a greve dos caminhoneiros fez com que a confiança diminuísse; falta investimento por parte dos governos municipal, estadual e federal; há obras paradas no aguardo de retomada; temos as incertezas políticas e baixo investimento em infraestrutura. É preciso retomar as obras paradas e lançar novas obras, após o período das eleições”, ressaltou.
Souza destacou que o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) tem preocupado as entidades ligadas à construção civil, como a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), que representa as empresas do setor nacionalmente. “É inaceitável os desvios de finalidade dos recursos do FGTS. Já temos poucas fontes de recursos, basicamente concentradas na poupança e no FGTS. Não temos outro funding [financiamento] para este mercado. A construção civil é o maior gerador de emprego e renda para o trabalhador, principalmente o trabalhador de baixa qualificação. Com pouco dinheiro, empregamos muita gente. Não podemos abrir mão de ter estes recursos, que estão sendo desviados para outra finalidade, diminuindo as perspectivas de recuperação da crise no setor imobiliário”, disse.