Da Redação
MANAUS – A FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde dos Amazonas) e a Secretaria de Estado de Saúde emitiram alerta para uma possível emergência de poliomielite [paralisia infantil].
Em nota técnica, informam que o Amazonas está com índices de cobertura vacinal abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde, de 95%, e com isso apresenta um cenário de alto risco para a reintrodução da doença.
No comunicado, os órgãos de saúde orientam quanto a intensificação das ações de imunização e reforçam a urgência de intensificar as ações de vigilância para detectar e investigar todos os casos em menores de 15 anos no estado.
A nota técnica informa que o Brasil, nos últimos três anos, não tem alcançado a meta mínima dos indicadores de qualidade da vigilância das paralisias flácidas agudas, associado a baixas coberturas vacinais nos Estados.
Em 2019, o percentual de imunização contra a doença era de 83,29%. Em 2020 caiu para 67,52%; em 2021 foi para 66,51%; e este ano chegou em 46,72%. Os dados são do Programa Nacional de Imunizações, consultados no último dia 27 de julho.
O Ministério da Saúde alerta que a vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite e que não existe tratamento específico. Todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.
De acordo com a nota técnica, o esquema vacinal consiste na administração de três doses de vacina inativada poliomielite (VIP), aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. Devem ainda ser administradas duas doses de reforço, a primeira aos 15 meses e a segunda aos 4 anos de idade.
Poliomielite
Segundo o Ministério da Saúde, a poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus.
O vírus pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
Transmissão
A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral, por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções ao falar, tossir ou espirrar.
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
Sintomas
Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, prisão de ventre, espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Confira a Nota Técnica Conjunta nº 023/2022 AQUI.