MANAUS – Sem saber quem foi o verdadeiro responsável por atirar o bebê Pablo Pietro, de 4 meses no Rio Negro, no dia 14 do mês passado, o delegado da DEHS (Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros), Ivo Martins, disse não achar necessário, atualmente, a reconstituição do crime. Os pais da criança, o ajudante de caminhão Josias de Oliveira e a dona de casa Cleudes Maria Batista, se acusam, mutuamente, de terem arremessado a criança nas águas.
No dia 27 de agosto, após realizar uma acareação entre Cleudes e Josias, o próprio titular da Delegacia de Homicídios informou à imprensa que havia decidido fazer a reconstituição do crime para tentar elucidar o caso em um prazo de até 15 dias.
Procurado pelo AMAZONAS ATUAL nesta terça-feira, 8, ele descartou o procedimento pelas próximas semanas por não achar que a medida vá ajudar no esclarecimento do caso. “Vou fazer reconstituição quando achar necessário”, limitou-se a responder Ivo Martins. Questionado se havia novas informações nas investigações que o fizeram desistir temporariamente da reconstituição, o delegado afirmou que não havia novidades sobre o caso.
A Justiça decretou a prisão temporária dos dois suspeitos e, de acordo com o delegado, o comportamento deles tem sido normal na cela. “Até agora eles estão comportados, não apresentaram nenhum comportamento que ajude nas investigações”, disse.
Ivo Martins informou, ainda, que os pais continuam negando a autoria do crime. “Eles jogam a responsabilidade de um para o outro. Ninguém confessa nada. Nós vamos ouvi-los em novo depoimento nos próximos dias”, disse.
Os dois estão sob a custódia da Delegacia de Homicídios, em celas separadas. Cleudes Maria foi presa no início do mês quando dava depoimento na delegacia. O pai da criança também está preso na DEHS.
Procurada pela reportagem, a família de Cleudes, que reside no município de Manacapuru disse que não pode falar nada sobre o caso até que tudo seja esclarecido.
O crime
No dia 14 de agosto, Cleudes Maria informou à polícia que Josias havia jogado seu filho de 4 meses no Rio Negro, próximo ao Porto do São Raimundo, na zona oeste de Manaus. Na época, a mãe da criança disse que o pai jogou a criança nas águas para não pagar pensão alimentícia, que era de R$ 400 por semana.
A história contada pela dona de casa dá conta que o pai teria obrigado ela e o bebê a entrarem numa embarcação pequena para buscar o dinheiro da pensão com o chefe dele, em uma comunidade vizinha.
No meio do rio, segundo Cleudes, a criança foi jogada na água por Josias e depois ela teria se jogado nas águas para tentar se salvar. E após isso, Josias teria tentado passar por cima dela com a embarcação, mas ela conseguiu nadar até outra margem do rio. Em outro interrogatório, a dona de casa recuou do primeiro depoimento e disse que foi Josias quem a deixou no Porto de São Raimundo, mas manteve outras informações.
O Corpo de Bombeiros não conseguiu encontrar o corpo da criança e suspendeu as buscas.