Da Redação
MANAUS – A população do município de Pauini (a 923 quilômetros de Manaus) pede socorro. Moradores se mobilizam nas redes sociais para protestar contra a violência na cidade. Em publicações nas redes sociais, os moradores se organizam para chamar a atenção das autoridades municipais e estaduais para a insegurança.
Em uma das publicações, um morador pede ao Poder Público Municipal de Pauini que tome alguma atitude, pois além da pandemia de Covid-19 as pessoas precisam lidar com os altos índices de violência doméstica.
Em outra postagem, um munícipe reclama da falta de autoridade, pois criminosos ameaçam livremente a população que já está revoltada com a falta de soluções.
No início de 2018, o MP-AM (Ministério Público do Amazonas), por meio da Promotoria de Justiça de Pauini, ajuizou Ação Civil Pública para obrigar o Estado do Amazonas designar e manter, no prazo de dez dias, um delegado de polícia, quatro agentes de polícia e dois escrivães, todos concursados para os respectivos cargos. Na época, a promotora Yara Marinho afirmou serem preocupantes os altos índices de crimes ligados ao tráfico de drogas, roubos e homicídios e o descaso por parte das autoridades de segurança estaduais.
“O crescimento do índice de violência, em especial do crime de tráfico de substância entorpecente, homicídio e furto, nesse município é público, notório e assustador. Mais notório e perceptível é o descaso por parte das autoridades responsáveis pela Segurança Pública no Estado. Atualmente, a delegacia do Município está funcionando sem material de expediente, sem material de limpeza e inexistindo qualquer funcionário de carreira da Polícia Civil para o adequado funcionamento”, disse Yara Marinho.
De acordo com a ação civil, Pauini tinha pouco mais de 18 mil habitantes (dado do Censo do IGBE de 2010) e não dispunha de um delegado para prestar atendimento diante da ocorrência de delitos. Também não existe ao menos um investigador ou escrivão de polícia na cidade.
“A situação de insegurança é alarmante, vez que os crimes acontecem diariamente e não são investigados e, via de consequência, os delinquentes não são punidos, transformando a comarca de Pauini, em uma terra sem lei, verdadeiro faroeste”, disse a promotora na ocasião.
Com a manifestação da população, é possível observar que após mais de dois anos, o cenário não mudou.