
Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Após troca de insultos entre deputados na votação de Proposta de Emenda à Constituição que permitiu a antecipação da eleição da Mesa Diretora da ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas), e em meio a muita confusão, os deputados elegeram, na tarde desta quinta-feira, 3, o deputado Roberto Cidade (PV) presidente da Casa. Duas chapas concorreram à eleição, mas a aliança liderada por Cidade recebeu 16 votos.
Além de Roberto Cidade, a chapa vencedora é composta por Josué Neto (1° vice-presidente), Mayara Pinheiro (2ª vice-presidente), Adjuto Afonso (3° vice-presidente), Delegado Péricles (secretário-geral), Álvaro Campelo (1° secretário), Sinésio Campos (2° secretário), Fausto Júnior (terceiro secretário), Felipe Souza (ouvidor) e Therezinha Ruiz (corregedora).
A chapa derrotada, que recebeu 8 votos, era composta pelos deputados Belarmino Lins (presidente), Abdala Fraxe (1° vice-presidente), Cabo Maciel (2° vice-presidente), Saullo Vianna (3° vice-presidente), Doutor Gomes (secretário-geral), Joana Darc (2ª secretária), Augusto Ferraz (2° secretário) e Alessandra Campêlo (corregedora). A aliança não teve candidato ao cargo de ouvidor.
Tumulto
A escolha dos novos membros da Mesa Diretora começou com a vice-presidente da ALE, deputada Alessandra Campêlo, afirmando que o regimento interno estava sendo atropelado e chamou os colegas de “golpistas, gananciosos e burros”. Segundo Campêlo, para que a eleição fosse realizada na tarde desta quinta-feira, o regimento interno da Casa também deveria ser alterado.
“Hoje foi planejado um golpe de Estado, porque é um golpe no Estado Democrático de Direito, liderado por um pequeno grupo de deputados sem escrúpulos e que conseguiram convencer uma parte dos deputados”, afirmou Campêlo.
Os parlamentares da chapa derrotada contestaram o tempo de tramitação da PEC 5/2020 na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) que, segundo eles, foi de apenas três minutos. “O presidente convocou a reunião e aprovou (a proposta) na comissão especial em três minutos”, disse Alessandra.
“Essa não é a eleição da Mesa Diretora. É o golpe dado, liderado pelo deputado Roberto Cidade, para derrubar o governador, o qual ele estava na casa sexta-feira pedindo ‘pelo amor de Deus’ para ser o candidato e, ao ser preterido, demonstrou a sua verdadeira intenção”, completou Campêlo.
A vice-presidente da ALE também acusou os colegas de negociarem cargos públicos. “É importante que a população saiba que foi negociada a vaga do TCE, a cadeira do governador do Estado e do vice-governador, a Mesa da Presidência, porque quem está lá não é quem pretende ficar. Foi fatiado o Governo do Estado”, disse a deputada do MDB.
Campelo pediu tempo para se manifestar, mas o tempo não foi concedido por Josué Neto. Após a votação, a deputada do MDB pediu a anulação da eleição, mas o presidente da ALE indeferiu o pedido e declarou Cidade o novo presidente da Casa.