MANAUS – O Complexo Municipal de Educação Especial André Vidal de Araújo, localizado no Parque Dez, zona Centro-Sul, realizou, no final da tarde desta quarta-feira, 5, o circuito psicomotor da educação especial. A atividade faz parte do Programa de Atividades Adaptadas à Reeducação Comportamental (PAARC) e trabalha a introdução em sala de aula de alunos com deficiências severas ou com morbidade.
Segundo a psicóloga Érica Simões, que faz parte da equipe que trabalha o circuito com os alunos, o PAARC envolve a família para que as crianças e os jovens com deficiência possam frequentar ainda qualquer tipo de ambiente.
“Procuramos minimizar os comprometimentos dessas deficiências e ver além delas, potencializando a família com estratégias para serem aplicadas no dia a dia, como tomar banho sozinho, comer só, auxiliar nas atividades diárias dentro de casa, fazer parte de oficinas pedagógicas, visitar ambientes sociais sem grandes prejuízos, para que eles possam se contextualizar nos ambientes em que vivem e, dessa forma, não serem tratados como incapacitantes”, informou.
O trabalho do circuito é dividido, além do suporte psicológico, com os professores Luiz Claudio e Diomedes Reis. Eles são os responsáveis por orientar os alunos e os familiares que os acompanham sobre como trabalhar cada etapa do circuito. Segundo o professor Luiz Cláudio, esta foi a primeira vez que o circuito ocorreu em grande proporção. Ele acrescentou que dentro das atividades em sequência são trabalhados os movimentos naturais, os sentidos e as coordenações motoras fina e grossa, que trabalham os membros inferiores e superiores, além do conhecimento das cores, a lateralidade e os princípios de movimentos.
“Estamos atendendo 12 crianças mais severas, que não estão incluídas nas escolas e precisam de um acompanhamento para trabalhar essa aceitação. Utilizamos materiais de baixo custo para formar o circuito, muitos deles são recicláveis, e buscamos associar esses movimentos às atividades que eles possam fazer em casa. Buscamos trabalhar a inclusão e a adequação para que eles fiquem prontos para exercer o trabalho na escola, seja fora ou aqui dentro do complexo”, relatou o professor.
O industriário Arnaldo Cruz Reis, acompanha o filho Guilherme Rego Reis, 9, que tem dificuldades de comportamento e de se comunicar. Ele destacou o desenvolvimento do filho depois que começou a participar das atividades do PAARC.
“O Guilherme era muito isolado e desatento. Depois que entrou no projeto, passou a prestar mais atenção e passou até a pronunciar ‘papai’ e ‘mamãe’, coisa que ele não fazia. Esse trabalho é muito bom para as famílias que precisam, pois eles trabalham o desenvolvimento dos alunos”, contou.
A maioria dos alunos que entra para o PAARC tem tendência a ser agressivo e a não obedecer as ordens dos pais e dos professores. Esse processo, como destacou o professor Diomedes Reis, deve ser trabalhado com calma e exemplos de boas maneiras.
“Mostramos serenidade e trabalhamos o lado espiritual, a calma, pois esses alunos, principalmente os autistas, são o reflexo do que eles vivenciam, então temos que dar o melhor exemplo”, informou.
(Semcom)