Do ATUAL
MANAUS – A ação rápida de voluntários, incluindo soldados do Exército e bombeiros, e a chuva impediram que incêndio se propagasse pela Reserva Florestal Adolpho Ducke, na zona norte de Manaus. A floresta de 10.072 hectares é área de pesquisa do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). O fogo foi controlado na tarde desta terça-feira (24) após seis dias de trabalho
“O trabalho nos últimos dias e as chuvas dessa terça-feira ajudaram muito no serviço de rescaldo para apagar os focos remanescentes. Com isso, a operação foi encerrada”, disse Rubenildo Lima, chefe da Diser (Divisão de Suporte a Estações e Reservas) do Inpa.
Um dos focos de incêndios alcançou a reserva no domingo (23) e o Inpa estima que cinco hectares (quase cinco campos de futebol) de florestas foram queimados. “Não há relato de animais feridos ou queimados por conta do incêndio”, informou o Inpa em nota.
Segundo a assessoria do Inpa, o incêndio começou a um quilômetro da reserva. “A direção do Instituto solicitou a ação da Polícia Federal para investigar e da Polícia Militar para ronda nas proximidades. O Inpa dispõe de vigilantes, mas por se tratar de uma área extensa não há um número que possa agregar toda essa vigilância”, informou o Instituto.
A Reserva Florestal Adolpho Ducke foi doada pelo estado em 1959 ao Inpa e abriga uma grande diversidade de fauna e flora amazônicas. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Manaus, Antonio Stroski, a Adolpho Ducke tem “trechos passíveis de ocorrência de fogo” que podem ocorrer por ação humana.
“Infelizmente, a reserva tem pequenas áreas passiveis de queimada, mas este tem sido o instrumento de atentar contra essa unidade, que já sofre com caça de animais silvestres que ali são encontrados. Na reserva já foram conduzidos muitos estudos sobre animais e plantas do nosso bioma e tem uma finalidade ambiental indiscutível em tempos de mudança do clima para nossa cidade”, diz Stroski. “Costumo usar a expressão queimadas, porque é uma ação humana, deliberada. A primeira fase é a alteração na floresta com o corte parcial da vegetação ou o corte raso, em seguida o uso do fogo”.
Para evitar novos casos de queimadas, o secretário defende a “ampla e permanente” sensibilização dos moradores próximos, principalmente dos mais jovens.
“As providências começam com ampla e permanente sensibilização, principalmente nas escolas do entorno, com as comunidades através das suas formas de organizações e atuação ininterrupta do ente público responsável, mas que precisa de recursos, com a indispensável fiscalização, fazendo uso dos recursos tecnológicos que hoje dispomos”, diz o secretário.
Em nota, o Inpa diz que os trabalhos continuarão, “mas agora focados no monitoramento e na fiscalização”.