Por Saadya Jezine, da Redação
MANAUS – A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) entende que será difícil reduzir os preços dos ingressos para o jogo Brasil e Colômbia, no dia 6 de setembro, em Manaus, pelas Eliminatórias da Copa 2018. A CBF argumenta que as despesas e os lucros da partida foram calculados com base nos atuais valores. “Calculamos os gastos e pagamos muitos fornecedores antes mesmo do evento acontecer. Seria praticamente impossível diminuir o valor do ingresso, porque dessa maneira teríamos que redimensionar toda a estrutura do evento”, disse o advogado da CBF, Diego D´Ávila. A partida será disputada na Arena da Amazônia. O MP-AM (Ministério Público do Amazonas) exige que os preços sejam reduzidos em 60%.
Em audiência de conciliação nessa segunda-feira, 25, na 11ª Vara da Fazenda Pública do Fórum Henoch Reis, não houve acordo. A juíza Mônica Chaves do Carmo deu prazo de 48 horas para a questão ser debatida na CBF. Uma nova audiência será realizada nesta quarta-feira, 27. “A CBF não apresentou uma contraproposta. Apresentamos nossos argumentos, incluindo os respaldos jurídicos e os valores dos ingressos que estão sendo vendidos em outros lugares do país”, disse o promotor Otávio Gomes. “Os 60% foi uma proposta, mas há uma margem que ainda pode ser negociável” disse Gomes.
O argumento da CBF para cobrar preços 250% mais caros que em outras capitais é que os custos para a realização de jogos em Manaus são mais onerosos devido a questões como logística e fornecedores. Otávio Gomes rejeitou a justificativa e afirma que os preços cobrados para a partida em Manaus são discrepantes. “Nós nos baseamos no Código de Defesa do Consumidor que não estabelece qual o valor de preço, mas que diz que quando o consumidor adquire produtos e serviços, eles devem ter preços módicos. Módicos é claro, é algo genérico que tem significado conforme o entendimento do jurista, mas uma compreensão geral é que foi percebido que há uma discrepância entre os ingressos vendidos aqui e em outras capitais”, disse o promotor.
Transferência
Pedro D´Ávila informou que a CBF não cogita transferir o jogo para outro Estado, como Brasília, que está no cronograma de eventos da Seleção Brasileira. “Em nenhum momento vinculamos essa informação. Até então há interesse de realizarmos o jogo aqui, claro. Mas vamos levar os apontamentos que foram feitos na audiência para os representantes da CBF e depois das 48h iremos saber o resultado”, afirmou o advogado.
“A população amazonense não pode ficar à mercê dessa situação. A CBF não falou diretamente em transferir o jogo, mas já entendemos que se houver transferência haverá um prejuízo social para quem comprou os ingressos, quem gastou com hospedagem. Isso tudo vai gerar um dano social que nós vamos buscar reparação”, afirmou o procurador-geral do Município, Pedro Cavalcanti.