Da Redação
MANAUS –A maior parte dos casos graves do novo Coronavírus no estado no Amazonas é de pessoas que já possuem histórico de doenças, mas a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) informa que em pessoas saudáveis fora do grupo de risco o vírus também evoluiu para um quadro mais sério.
“A vasta maioria apresenta comorbidades, mas alguns não apresentam. Eram pessoas completamente hígidas (saudáveis) que pegaram o vírus. Como nós já falamos, o processo inflamatório do vírus é muito intenso. A destruição, principalmente de células pulmonares, é muito grande e mesmo pessoas hígidas estão desenvolvendo gravidade com a Covid-19”, diz Rosemary Pinto, diretora-presidente da FVS.
Rosemary explica que o perfil dos infectados pela Covid-19 no Amazonas é diferente dos registrados em países da Europa, onde a maior parte dos acometidos era de idosos. “Aqui nós temos pacientes nas faixas etárias principalmente de 30 a 49 anos que estão agravando, indo para a UTI, e morrendo”. Até o momento, foram registradas cinco mortes no Amazonas por complicações causadas pelo novo coronavírus, destas apenas uma de um idoso, de 85 anos.
Do total de óbitos confirmados no estado, quatro possuíam histórico de doenças como hipertensão, obesidade e diabetes. E uma foi de um homem de 50 anos, sem doença crônica, que estava internado na rede particular.
Em boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira, 2, a FVS informa que 42,4%, ou 97 dos 229 casos confirmados de Covid-19 até o momento ocorreram em adultos jovens (faixa etária de 20 a 39 anos) e 41,4%, ou 95 dos 229 na faixa etária de 40 a 59 anos. Já nos idosos (acima de 60 anos), faixa etária com maior risco de agravamento, a ocorrência é de 12,0%.
Rosemary alerta sobre a diferença entre o paciente curado e o que está fora do período de transmissão. “Fora da transmissão e curado não é a mesma coisa. Por isso que nós informamos aqui que temos hoje (quinta-feira, 2) 36 pacientes fora do período de transmissão”, afirmou.
“Eu não posso dizer que essas pessoas estão totalmente curadas. Elas saíram do período de transmissibilidade, portanto elas não estão mais com sintomas e nem teoricamente transmitindo o vírus. Só que existem casos e relatos de pessoas que reapresentaram novamente os sintomas”, completou.
Há uma grande diferença entre não ter doenças e ser uma pessoa saudável