Da Redação
MANAUS- Com três casos confirmados em Tonantins (a 872 quilômetros de Manaus), o número de pacientes infectados pelo coronavírus no Amazonas é de 229. São 29 novos casos confirmados pela FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), sendo 205 em Manaus e 24 do interior. Já são nove os municípios do interior afetados pelo vírus: Parintins (3 casos), Manacapuru (6), Santo Antônio do Içá (4), Itacoatiara (4) Tonantins (3), Boca do Acre (1), Anori (1), Novo Airão (1) e Careiro da Várzea (1).
Outras 350 pessoas aguardam resultados de exames. Dos pacientes que testaram positivo, 35 estão internados, sendo 17 em leitos clínicos e 18 em UTIs, segundo a diretora-presidente da FVS Rosemary Pinto. Ela disse que os pacientes em UTI estão em estado grave.
Das 12 mortes no estado desde o primeiro caso da doença, no dia 13 de março, três foram confirmados, três descartados e seis estão sendo investigados. Entre estes, o professor Manoel Rodrigues Terceiro Neto da UEA, que faleceu com um quadro clínico sugestivo para o novo Coronavírus, segundo a FVS. “Foi coletada a amostra e nós estamos aguardando o resultado do exame pelo Lacen”, disse Rosemary.
Rosemary Pinto negou informações de que uma mulher profissional de saúde teria morrido e disse que o único óbito do sexo feminino investigado até o momento é de uma criança. “A única mulher que nós temos é uma criança de quatro anos que também está sendo investigada. Todos os seis óbitos relatados coletamos as amostras e estão em processamento pelo Lacen. Não temos entre esses nenhuma mulher adulta”, informou.
Isolados
De acordo com a FVS, os pacientes que estão em isolamento social não estão fazendo uso da cloroquina, medicação que está em fase de testes apenas em casos mais graves da Covid-19. Para os que estão em quarentena domiciliar, a Susam fará o acompanhamento através de um aplicativo que será utilizado a partir desta sexta-feira, 3.
“Com relação ao acompanhamento dos pacientes em isolamento social, amanhã nós estaremos utilizando em todos eles um aplicativo especialmente desenvolvido em parceria com a FVS, Susam e a empresa DIN, que é um aplicativo que vai nos permitir acompanhar à distância a evolução desses pacientes”, disse Pinto.
Até então, o acompanhamento é feito através de telefone pela Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) e FVS.
Testes rápidos
Rodrigo Tobias, secretário de saúde, informou na entrevista online que chegaram ao Amazonas 9 mil testes rápidos para a Covid-19. A prioridade será para os profissionais da saúde e pessoas em estado grave. “O primeiro lote do Ministério da Saúde chegou, em torno de 9 mil testes. E estamos esperando agora um quantitativo maior de aquisição feito pelo estado”, disse Tobias.
A presidente da FVS explica que o teste é exclusivamente para o diagnóstico da doença, e não usado no tratamento. “É importante a gente esclarecer que o teste não vai fazer diferença entre uma pessoa viver ou morrer. Ele não vai direcionar tratamento. Todo tratamento possível para um paciente suspeito de Covid-19 está sendo feito, que é o suporte adequado à vida”, afirma.
Respiradores
Rodrigo Tobias voltou a defender a importância do isolamento social como forma de reduzir a transmissão, tendo em vista a quantidade insuficiente de respiradores. “Hoje, na capital nós temos 482 ventiladores. Destes, 90 estão em manutenção. Então ao todo nós temos 392 ventiladores. Nós temos no interior nos nossos polos-base distribuídos 24 respiradores. Se isso é o suficiente eu devo dizer à população, não é suficiente principalmente em se tratando de uma pandemia que é nova em todo o mundo”, diz o secretário.
Tobias destaca ainda que os equipamentos não são exclusivos para casos da Covid-19, uma vez que pacientes internados por outras doenças também necessitam dos aparelhos. Segundo a Susam, hoje são 69 respiradores exclusivos para casos de Covid-19, e até o dia 15 de maio pretende-se chegar a 300 leitos com o aparelho concentrados no Hospital Delphina Aziz.
De acordo com o secretário, foram pedidos novos respiradores para o Amazonas, mas há uma disputa entre estados e países para aquisições. “Além da China, a gente já pediu também da indústria americana. Estamos esperando um conjunto de respiradores do Ministério da Saúde, não sabemos quanto, mesmo porque toda a produção de respiradores das empresas brasileiras o governo federal confiscou para ser distribuída para os estados que apresentarem o maior número de casos”, diz.