Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O juiz Fabiano Verli, da Justiça Federal do Amazonas, homologou, na tarde desta sexta-feira (8), a prisão em flagrante do homem conhecido por “Colômbia”, que é investigado por possível relação com pescadores suspeitos das mortes do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
“Colômbia” foi preso no município de Tabatinga, no extremo oeste do estado, enquanto prestava depoimento na delegacia federal. Segundo a Polícia Federal, ele compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos a respeito de informações que atribuíram o nome dele ao crime, mas, na ocasião, apresentou um documento falso de identificação.
Verli disse que não viu ilegalidade na prisão de Colômbia. “Analisando as peças produzidas, não vislumbro, em cognição sumária, qualquer ilegalidade ou vício hábil a macular a presente comunicação, razão por que se impõe o reconhecimento da regularidade do auto de prisão em flagrante, com a consequente homologação”, disse o juiz.
Ainda nesta sexta-feira (8), às 16h, Colômbia deverá passar por audiência de custódia em Tabatinga.
De acordo com a Polícia Federal, inicialmente, o homem apresentou um documento brasileiro com o nome Rubens Villar Coelho e naturalidade de Benjamin Constant (a 1,1 mil quilômetros de Manaus). No entanto, durante o depoimento, ele se contradisse ao afirmar que tinha nascido na Colômbia, o que chamou a atenção dos policiais.
Após divergência de informações, o homem foi questionado e apresentou um novo documento, dessa vez de origem colombiana, cujos dados eram divergentes do documento inicialmente apresentado. Segundo a Polícia Federal, o segundo documento tinha o nome de “Rubem Dario da Silva Villar”.
Relação com pescadores
Nesta sexta-feira (8), em entrevistas a jornalistas, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, afirmou que os investigadores apuram se Colômbia tem relação com pescadores suspeitos das mortes do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.
De acordo com Fontes, Colômbia procurou a Polícia Federal porque estava preocupado com publicações que associavam o nome dele aos assassinatos de Bruno e Dom. “Estava muito preocupado, já sabia que algum momento ele seria chamado. Ele queria esclarecer que, segundo ele, não teve participação nesses crimes”, disse o delegado.
Fontes informou que Colômbia declarou ter relação com alguns pescadores da região de Atalaia do Norte e citou o Amarildo da Costa de Oliveira, mais conhecido como ‘Pelado’, um dos presos que confessou participação nos assassinatos de Bruno e Dom. “Existe até o momento uma relação com alguns pescadores da região, uma relação comercial, segundo ele”, disse Fontes.
Os investigadores querem saber se Colômbia financia a pesca ilegal. “Estamos investigando existe apenas uma relação comercial ou se existe uma pesca ilegal onde ele efetivamente participa. Se ele, de certa forma, financiaria essa pesca ilegal. Isso tudo é objeto de uma investigação que ainda está em andamento”, afirmou o delegado.
Fontes disse que Colômbia, inicialmente, apresentou um documento brasileiro onde ele se identificou como Rubens Villar Coelho, com naturalidade de Benjamin Constant. Depois, ele afirmou que nasceu em Letícia e apresentou um documento colombiano com o nome de Rubem Dario da Silva Villar. “Ele estava portando um documento falso”, disse Fontes.