Da Redação
MANAUS – A ex-juíza Carol Braz (PDT), candidata a governadora do Amazonas, defende a criação de casas e vilas sustentáveis no Amazonas com investimentos internacionais para ocupar espaços de forma ordenada no interior. Segundo a candidata, as moradias terão energia solar e é uma forma do Estado marcar presença na Amazônia.
A proposta foi apresentada em entrevista ao ATUAL na tarde desta quarta-feira (24). Carol Braz disputa pela primeira vez um cargo eletivo.
A sustentabilidade é um dos quatro eixos do plano de governo da candidata. Os outros são “gente em primeiro lugar”, “economia” e “infraestrutura”.
Carol Braz disse que a “sustentabilidade é transversal em todas as propostas do plano de governo. “Hoje nós sabemos que pra desenvolver o nosso Estado precisamos industrializar as nossas cadeias produtivas. Precisamos ocupar os espaços do nosso interior”.
A candidata diz que as ações ilegais que dominam a Amazônia são causadas pela ausência do Estado e que por isso a população acaba envolvida nas atividades ilícitas.
“A gente vê tanta situação ilegal de mineração, pesca ilegal, por falta de o Estado ocupar esses espaços com oportunidades sustentáveis, com oportunidades dentro da legalidade. A população que não tem outra alternativa acaba acaba sendo cooptada por uma atividade ilegal”, disse.
Carol Braz disse que a Amazônia é um produto de venda fácil no exterior, e aposta que outros paízes poderão investir em projetos de moradia e desenvolvimento sustentável. “Qual é o país que não vai querer trazer fundos de investimento para dentro da Amazônia?”.
A candidata tambem defende o desenvolvimento de indústrias para aproveitar a matéria-prima local, principalmente os produtos da floresta, da agricultura e da piscicultura.
“Já chega do Amazonas ser exportador de matéria-prima. A gente exporta a laranja, exporta o peixe in natura… Precisamos beneficiar e industrializar esses produtos. Pra quê? Pra ter o valor agregado. Porque senão a gente vende o cupuaçu por R$ 10 e depois a gente compra um xampu de cupuaçu por R$ 100”, afirma.
Casa da mulher brasileira
A casa da mulher brasileira é outra proposta defendida por Carol Braz. É um projeto que ela começou quando foi secretária. “Articulei os recursos com a bancada federal, que destinou R$ 10 milhões. Depois que eu saí da secretaria essa casa não andou e isso me entristece muito”.
Segurança pública
Ao avaliar o emprego dos recursos públicos pela administração estadual, Carol Braz disse que não há planejamento e citou ações da segurança pública como exemplo.
“A gente percebe uma má utilização do recurso público. Nós temos por exemplo o caso da segurança que tem um recurso pra ser investido na segurança e as nossas delegacias estão fechadas. Não tem mais plantão ao final de semana. Os policiais estão trabalhando sem condições. Não adianta você investir da forma errada. É preciso investir naquilo que vai trazer um resultado para a população”, afirma.
Polarização
Carol Braz falou ainda da eleição para presidência da República e sobre a polarização entre os candidatos. Apoiadora de Ciro Gomes (PDT), pediu que o eleitor vote de forma consciente. “Não pode ser um voto por exclusão, não pode ser um voto de ódio ou de idolatria”.
Defesa dos necessitados
Aprovada em seis concursos públicos, Carol Braz optou por trabalhar como defensora pública e disse que a experiência na função lhe motivou a entrar para a política.
“Escolhi a defensoria porque gosto de defender quem mais precisa. E acho que é esse espírito: defender quem mais precisa. Isso que me trouxe para a política”, alegou.
“As pessoas me perguntam: por que começar pelo Executivo? Por que você não começou como deputada? E eu digo: eu já fui juíza, eu já apliquei as leis. Hoje como defensora pública eu cobro do poder público o cumprimento dessas leis. Então, hoje, não me vejo na missão de fazer cumprir essas leis que tanto eu cobro como defensora pública”, disse.
Sobre o fato de ser pouco lembrada pelo eleitorado nas pesquisas de intenção de voto, ela atribui à sua primeira experiência como candidata.
“Os meus concorrentes todos já foram governadores, prefeitos, senadores. Cem por cento da população conhece esses nomes. Mas eles têm uma rejeição também muito alta. Até a pré-campanha tentava-se ludibriar a população como se só houvesse três pessoas concorrendo ao governo do Estado, que são três nomes que já passaram, já foram governadores. A população que vai fazer o seu julgamento se esse estado melhorou, avançou ou não”, disse.
Carol Braz foi a terceira entrevistada pelo ATUAL na sabatina com candidatos ao governo do Estado, sempre a partir das 14h. Nesta quinta-feira (25) a convidada será Nair Blair (Agir).
Confira a entrevista na íntegra.