Do ATUAL
MANAUS – O caso da capivara Filó, que repercute nas redes sociais desde terça-feira (18) após fiscalização do Ibama, tem mobilizado políticos no Amazonas e em Brasília. Eles articulam a liberação de Filó, que vive na fazenda do influenciador digital Agenor Tupinambá, mesmo diante do convencimento do instituto de que houve irregularidades na posse do animal.
Um grupo de advogados que defende a causa animal sustenta que, na fazenda de Agenor Tupinambá, em Autazes (AM), a capivara vive em seu habitat natural. “A equipe está concentrada em ações que resguardem a permanência da Filó em seu habitat natural e revogação das multas aplicadas”, informou a assessoria do fazendeiro.
Nesta segunda-feira (24), o grupo terá encontro com o superintende do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, e na quinta-feira (25) cumprirá agenda em Brasília. A equipe tem apoio da Comissão de Proteção dos Animais, da Assembleia Legislativa do Amazonas, presidida pela deputada estadual Joana Darc (União Brasil).
Em Brasília, o deputado federal Felipe Becari (União Brasil-SP) tem conversado com representantes do Ibama para impedir a apreensão de Filó. Na quinta-feira (20), ele fez um publicação anunciando “vitória” no caso e informando que a capivara seria mantida “livre em seu habitat natural em que vive atualmente”.
A publicação fez com que blogueiros de Manaus espalhassem notícias falsas sobre o caso. No mesmo dia, o Ibama informou que autuou Agenor por quatro motivos, e o multou pela morte de uma preguiça-real que estava em posse dele. O instituto comunicou que iria manter a multa.
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Neste domingo (23), Agenor usou as redes sociais para informar que o caso não está encerrado. “Ao contrário do que foi veiculado, e que de alguma forma também nos fez ter dúvidas, o caso não foi encerrado. Nossa luta só começou, e pedimos que vocês não larguem nossa mão nesse momento tão delicado”, diz a nota publicada nas redes sociais.
A história de Agenor e Filó encantou os usuários das redes sociais no início deste ano, quando o jovem passou a mostrar a rotina dele com a capivara e outros animais. Agenor é estudante de Agronomia da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e se dedica aos cuidados de animais, incluindo búfalos, bezerros e cavalos.
Ao justificar a medida contra Agenor, o Ibama afirmou que “animal silvestre não é pet”. “Por mais que algumas pessoas queiram cuidar de animais silvestres, quando os encontram na natureza, é necessário entender que eles não são animais domésticos, como cães e gatos. Capivara e bicho-preguiça são animais silvestres”, informou o instituto em nota.
De acordo com o Ibama, a legislação brasileira não admite a hipótese de regularizar junto aos órgãos ambientais um animal adquirido ou mantido sem autorização. “Quem possui animal silvestre em situação irregular pode realizar entrega voluntária ao órgão ambiental competente para evitar penalidades previstas na legislação”, disse o Ibama.