Da Redação
MANAUS – Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, em 2011, a expectativa de vida do brasileiro era de 74,1 anos. Já em 2020, chegou a 76,6 anos, uma boa notícia, apesar da pandemia da Covid-19.
Mas, nem tudo que está relacionado à longevidade, tende a ser positivo. No caso da oncologia, especialistas afirmam que viver mais, sem adotar hábitos saudáveis de vida, potencializa as chances de se desenvolver diversos tipos de câncer, especialmente porque o principal fator de risco associado à doença, é o envelhecimento.
Neste sábado (27) comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer, uma oportunidade de falar sobre o assunto e esclarecer a população sobre o tema.
O presidente da Lacc (Liga Amazonense Contra o Câncer), médico mastologista Jesus Pinheiro, explica que a maior parte dos cânceres ocorre após os 50 anos. Mas, ainda assim, pelo menos 30% dos casos da doença, em geral, poderiam ser evitados, com atitudes que envolvem uma boa alimentação, a prática regular de exercícios físicos, o desprezo pelas bebidas alcoólicas em excesso e pelo tabagismo. São os chamados cânceres esporádicos.
Os cânceres esporádicos são aqueles que não têm relação com o fator hereditário (relação da doença com o histórico familiar), e que estão relacionado, ou não, com fatores externos, como obesidade, consumo de cigarro, sedentarismo, consumo de alimentos ricos em gordura saturada e sódio (como embutidos, enlatados, processados, etc), e a prática de atividade sexual sem o uso de preservativo.
No Amazonas, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), órgão vinculado ao MS (Ministério da Saúde), anualmente, são registrados 5,4 mil novos casos ao ano de câncer, com destaque para os mais incidentes, que no caso das mulheres, são os de colo uterino e mama (com 700 e 450 diagnósticos/ano, respectivamente); e para os homens, próstata e pele (com 480 e 380 casos/ano, respectivamente).
“Em Manaus, especificamente, que é considerada uma pequena metrópole, o estilo de vida da maioria das pessoas acaba não privilegiando as medidas de prevenção. Vida corrida vem acompanhada de ausência de exercício físico, alimentação em fast foods e baixa qualidade de vida, em geral”, explica Jesus Pinheiro.
E quanto se trata de baixa qualidade de vida, esbarra-se em outro fator de risco para o câncer, apontado em pesquisas recentes, denominado estresse. “Por isso, a rotina diária, que já é pesada e envolve o trânsito, alimentação corrida, cansaço físico, etc, deve ser minimizada sempre que possível, com momentos de lazer e relaxamento”, frisou o especialista.