Por Juliana Braga, da Folhapress
BRASÍLIA – A venda de camisetas com referência ao artigo 142 da Constituição na convenção do PL deste no domingo (24) intensificou a preocupação de integrantes da campanha do PT com o índice de abstenção nas eleições em outubro, principalmente no segundo turno.
Esse artigo disciplina o papel dos militares e é usado por bolsonaristas como argumento para defender que existe previsão legal para intervenção militar no país.
Há o receio de que uma eventual escalada no nível de violência política leve a um cenário que justifique o presidente Jair Bolsonaro (PL) decretar um estado de garantia da lei e da ordem (GLO), também previsto no artigo 142. Na GLO, a Presidência da República transfere para o Exército parte da responsabilidade das polícias militares na área de segurança pública.
Essa situação poderia deixar os eleitores receosos em sair de casa e contribuir para um índice de abstenção ainda maior do que o observado em outras eleições, temem auxiliares do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2018, tanto no primeiro quanto no segundo turno, cerca de 20% não compareceram à urna.
Por isso a recomendação é evitar o “salto alto” e trabalhar para ganhar a eleição já no primeiro turno, hipótese ainda considerada remota. Isso porque a análise de integrantes da campanha é de que o clima pode se acirrar ainda mais no segundo turno.
Além disso, a sexta-feira anterior à realização do segundo turno, dia 28 de outubro, é dia do Servidor Público, considerado ponto facultativo em alguns estados e no Distrito Federal. O final de semana esticado também pode contribuir para a ausência nas urnas.
Ambulantes vendiam uma camisa com referência ao artigo 142 da Constituição Federal no Maracanãzinho, onde aconteceu a convenceu que confirmou Bolsonaro como candidato à reeleição no domingo.