Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Em manifestação na manhã desta quarta-feira, 12, em frente à ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), um grupo de caminhoneiros se acorrentou em placas de sinalização para pressionar deputados estaduais e defender a isenção total da cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis. No protesto, caminhões foram estacionados e fecharam parcialmente a Avenida Mário Ypiranga, na zona centro-sul de Manaus, provocando congestionamento na via.
Josué Rodrigues, líder dos caminhoneiros na Região Norte, disse que ficará acorrentado no local até sexta-feira, 14, às 12h, esperando uma resposta do governador Wilson Lima. “O prazo ao governador que eu dei de ficar aqui com fome é até sexta-feira, 14, meio-dia. Se ele não tomar uma decisão e achar que eu vou botar o ‘rabo’ no meio das pernas e vou sair daqui, não. Eu vou me desacorrentar e nós vamos parar Manaus”, ameaçou.
Josué Rodrigues afirma que caminhoneiros já não conseguem abastecer os veículos devido ao alto preço do combustível. “Enquanto você gasta R$ 200, R$ 300 para encher o tanque do seu carro, a gente gasta R$ 3 mil, R$ 4 mil para encher o tanque de um caminhão. Um carro faz 10 a 15 quilômetros por litro, um caminhão faz um por um”, comparou Rodrigues.
Rodrigues, que é natural de Minas Gerais, disse apoiar o desafio proposto pelo presidente Jair Bolsonaro aos governadores para zerar o ICMS em trocar da redução de impostos federais. Ele negou que seu protesto seja um ato político.
Alexandre Matias, representante dos motoristas por aplicativo, disse que na reunião com o governador na última terça-feira, 4, não houve sinal de que o ICMS seria zerado. “O governador se mostrou irredutível em relação ao ICMS, trouxe técnicos para mostrar para a gente que não era possível”, afirmou. “Aqui nós vamos fazer atos e protestos até o governador se manifestar, baixar o ICMS ou zerar o ICMS como é a ideia do presidente da República”, completou.
(Colaborou Jullie Pereira)
O caminho não é zerar ICMS, que pode até ter alíquota reduzida, o caminho é mudar a política de preços da PETROBRAS. A empresa não pode controlar preços pelo mercado internacional nem pelo dólar, com o mesmo a R$ 4,35. Temos petróleo em abundância e a política adotada deixa nosso parque de refino com uma ociosidade de quase 40% para importar combustíveis muito mais caros. Na década de 90 quando a PETROBRAS era 100% estatal e tinha como função o abastecimento do mercado, os combustíveis eram baratos, hoje a empresa joga no colo do trabalhador uma conta altíssima para encher bolsos de acionistas e rentistas, muitos dos quais sequer residem no Brasil. O caminho é A MUDANÇA DA POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRAS, UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE MÁXIMA DO PARQUE DE REFINO para produzir o combustível nacionalmente com preços mais baixos, sem visão de lucro em dólar para acionista.